Os preços internacionais do açúcar permanecerão em patamares elevados neste ano, apoiados pela recuperação das cotações do petróleo e por fundamentos positivos de oferta e demanda, após terem atingido os maiores níveis desde 2016/17, disse a agência de classificação de riscos Fitch Ratings em relatório divulgado hoje (24).
A companhia destacou que, embora seja previsto um superávit para a safra 2021/22 do adoçante, as estimativas apontam para um déficit em 2020/21, enquanto a nova safra brasileira enfrenta perdas de rendimento após uma seca afetar as principais regiões produtoras.
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“O mix açucareiro brasileiro no ano de 2021 deve permanecer relativamente inalterado, embora a produção de açúcar tenda a cair em pelo menos 2,3 milhões de toneladas em função de rendimentos agrícolas menores na safra em andamento”, disse em nota o diretor do grupo de Finanças Corporativas da Fitch no Brasil, Claudio Miori.
Segundo ele, o cenário mais apertado de oferta em 2020/21, agregado às perspectivas de demanda, é um dos pilares para os preços elevados do açúcar nos mercados internacionais. Miori também citou a recuperação dos preços do petróleo, que estão entre os fatores que guiam o mix produtivo entre açúcar e etanol.
Neste ano, o preço do açúcar bruto negociado na ICE acumula até o momento alta de 8,6%, tendo encerrado a sessão de hoje a US$ 16,83 centavos por libra-peso. No final de fevereiro, a cotação já chegou a atingir máximas de quatro anos, a US$ 18,78 centavos por libra-peso.
Em seu relatório, a Fitch acrescentou que o fator que deve levar volatilidade ao mercado no curto são as posições não comerciais mantidas por fundos de investimento.
“A longo prazo, a Índia deve ser o principal motor de crescimento para os preços de açúcar“, concluiu a agência.
O país asiático é um grande produtor do adoçante, mas depende de subsídios concedidos a usinas com problemas de caixa para exportações. (Com Reuters)
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