A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) se manifestou sobre a inclusão da subvenção ao PSR (Prêmio do Seguro Rural) como despesa obrigatória no orçamento de 2022. A entidade acredita que a medida pode trazer maior previsibilidade aos produtores e ao mercado.
A subvenção ao PSR é o pagamento pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) de parte do prêmio do seguro rural contratado pelo pelo produtor, medida que torna a ferramenta de política agrícola mais acessível.
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Conforme a CNA, as diretrizes básicas do programa de subvenção — promover o aumento da área segurada, induzir o uso de tecnologias, modernizar a gestão do empreendimento e dar estabilidade aos produtores em situações de frustrações de safra — só podem ser alcançadas por meio da “previsibilidade de execução orçamentária”. A inclusão dos gastos com a subvenção está entre as despesas que não serão limitadas na LDO 2022 (Lei de Diretrizes Orçamentárias).
“A previsibilidade de execução do orçamento do PSR é uma pauta estratégica que a CNA vem defendendo há anos. Com essa medida, a política de seguro rural realmente alcança a importância que deve ter, como ocorre em todos os países que têm um mercado de seguros rurais desenvolvido”, destacou o deputado José Mário Schreiner (DEM-GO), presidente da Comissão de Política Agrícola da CNA.
Confira abaixo outras notícias do agronegócio:
DSM anuncia parceria com startup OnFarm
A área de Ruminantes da DSM, empresa holandesa de ciência em saúde, nutrição e materiais, firmou uma parceria com a agtech brasileira OnFarm em seu programa “Qualidade do Leite Começa Aqui!”, que visa melhorar a qualidade da produção e os resultados das fazendas.
O foco é a mastite, enfermidade que ataca os tetos das vacas e derruba o volume da ordenha. Os produtores melhores colocados da etapa nacional do programa, além de serem premiados com uma tonelada de produtos de nutrição, também serão reconhecidos com o SmartLab da startup, um mini laboratório para a realização de análises. A partir da tecnologia da OnFarm, os produtores podem identificar o agente causador da mastite em pouquíssimo tempo (apenas 24 horas), favorecendo a agilidade na tomada de decisões para combater a enfermidade.
“É mais uma vantagem. O produtor pode tomar decisões rápidas por meio de protocolos de tratamento que otimizam o uso de antibióticos e a produção de leite e, assim, conseguem fazer melhor gestão de CCS e qualidade do leite”, diz Verônica Lopes, supervisora da categoria Gado de Leite da DSM.
Para Carlos Paez, head de vendas da OnFarm, a parceria permite um novo olhar para o controle da mastite. “A comunidade de OnFarmers tem acesso a informações que proporcionam uma visão global sobre o status da patologia na propriedade, o que permite a adoção de estratégias não apenas de controle, mas também de prevenção da patologia.”
AgroGalaxy vê inadimplência cair até 60% no primeiro trimestre do ano
A AgroGalaxy, holding de distribuidoras de insumos agrícolas que opera no país, fechou o primeiro trimestre de 2021 com receita de R$ 1,2 bilhão, valor 49% maior que o mesmo período de 2020. Segundo a empresa, parte desse crescimento pode ser atribuído à otimização de sua gestão na concessão de crédito.
Para aprimorar a segurança de seus financiamentos, desde o final de 2020 a AgroGalaxy utiliza os serviços da agfintech TerraMagna para fazer a análise da capacidade produtiva e os riscos de crédito, agronômicos e climáticos de suas operações.
A segurança das análises levou a uma queda de até 60% na inadimplência do primeiro quadrimestre de 2021, em função da análise e monitoramento das áreas realizadas pela TerraMagna. Fazen parte da holding empresas como Rural Brasil, Sementes Campeã, Agro100, AgroFerrari, Grão de Ouro e Boa Vista. “O ferramental tecnológico apropriado protege um dos pilares fundamentais da distribuição de insumos, o crédito”, afirma Bernardo Fabiani, diretor executivo da TerraMagna e especialista em concessão de crédito para o agronegócio.
Em parceria, Nespresso e Kobra criam projeto de arte UpCycling
A Nespresso, marca da multinacional Nestlé, e o grafiteiro brasileiro Eduardo Kobra criaram a obra “Nossas Ações Dizem Tudo”. São duas intervenções: uma escultura feita de material reciclável, incluindo cápsulas de café, e um mural. Ambos utilizam preceitos do movimento UpCycling, tendência artística e mundial que busca ressignificar objetos para novas utilidades.
“Fiquei muito feliz em ter sido convidado para esta parceria com a Nespresso, porque ao mesmo tempo que ela possibilita que eu seja criativo e produza uma obra de arte, também está coerente com um dos valores que mais prezo ao longo de minha carreira: a preservação do meio ambiente”, afirma Kobra. “Ao usar o conceito do UpCycling para esta ação, estou misturando o meio e a mensagem, ou seja, fazendo com que a arte em si já seja calcada na ideia de transformação sustentável.”
O painel urbano é um presente para a cidade de São Paulo, para alertar sobre a importância da economia circular e da sustentabilidade. A escultura ficará exposta até meados de outubro na vitrine da Boutique Nespresso, na Rua Oscar Freire, também em São Paulo.
Bayer e AgTech Garage firmam parceria visando a fruticultura do Nordeste
Em busca de fortalecer a estrutura de fazendas, para uma maior adoção de tecnologias pelo produtor, a multinacional de saúde e nutrição Bayer se uniu ao hub de inovação AgTech Garage, de Piracicaba (SP). O plano tem endereço certo: levar conhecimento e soluções inovadoras a um grupo de produtores de uva do Nordeste, na região do Vale do São Francisco.
Parte do programa For Farmers, iniciativa do hub para conectar agricultores à startups, conta com o apoio do LifeHub SP, hub de inovação da Bayer, e a plataforma de agricultura digital Climate FieldView, também da companhia. O grupo de produtores de uva tem se reunido mensalmente, desde março, por um ano vão discutir entre eles e com parceiros as soluções que podem contribuir e fomentar uma maior produtividade, rentabilidade e sustentabilidade em suas propriedades. Os agricultores poderão interagir com especialistas, aprofundar o conhecimento sobre conceitos e ter contato com ferramentas que impulsionam a sustentabilidade e rentabilidade da lavoura.
“Este projeto é uma nova maneira da Bayer de se conectar com o produtor rural para trabalharmos juntos novas formas de elevar o potencial produtivo da região do Vale do São Francisco, que já é imenso”, diz a executiva Fernanda Eduardo, gerente de Digital & Inovação do LifeHub.
Exportações de ovos mantém alta de 145,1% em 2021
As exportações brasileiras de ovos (in natura e processados) acumularam alta de 145,1% no primeiro semestre de 2021, segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal). No total, foram embarcadas 5,6 mil toneladas neste ano, contra 2,3 mil toneladas no mesmo período do ano passado.
Considerando apenas o mês de junho, o volume mensal exportado chegou a 554 toneladas, 162,2% acima do que foi vendido no mesmo mês de 2020. O resultado alcançou US$ 1,016 milhão, que supera em 172,5% o desempenho do mesmo período do ano passado.
“O setor está direcionando seus esforços para as exportações de forma mais significativa neste ano, com o objetivo de reduzir os impactos gerados pelos custos de produção”, avalia Ricardo Santin, presidente da ABPA. “São destinos com alto valor agregado, que se refletem em melhor desempenho em preço médio e mais rentabilidade, para amenizar as contas diante das altas históricas do milho e do farelo de soja.”
Pecuária de leite vive incertezas quanto ao preço de insumos
Na mais recente reunião mensal, realizada neste mês, do Centro de Inteligência do Leite, órgão da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a avaliação é de que a pecuária leiteira vive um momento de incertezas em relação ao preço de insumos.
O custo do alimento para rebanhos leiteiros tem apresentado forte elevação internacional. A mistura concentrada (milho, mais farelo de soja na relação de 70% e 30%) chegou a US$ 0,34 por quilo em maio, uma elevação de 51,4% em relação à média do período 2018-2020.
Alimentar o rebanho está mais caro nesta entressafra. Dados do ICPLeite (Índice de Custo de Produção de Leite) apontam que, em junho, a compra e produção de volumosos apresentou uma variação de 7% e a alimentação concentrada, 3,85%.
“Para agravar a situação, a falta de chuva no Centro-Sul do país comprometeu a produção do milho safrinha”, afirma Glauco Carvalho, pesquisador da Embrapa. Ele demonstra preocupação com a alta significativa e diz não ver perspectivas de que os custos de produção comecem a cair. “Além do atraso no plantio da safra de grãos e das poucas chuvas, mais recentemente geadas em importantes regiões produtoras de milho safrinha afetaram a oferta.”
Norsul estreia na logística multimodal para o transporte de grãos e fertilizantes
Empresa brasileira de navegação de longo curso e cabotagem (entre portos de um mesmo país), a Norsul, com sede no Rio de Janeiro, está iniciando as operações no modelo multimodalidade para diversos setores, incluindo o agronegócio. No caso, com transporte na região do Arco Norte para grãos e fertilizantes. A empresa passa a atuar também nos modais ferroviário e rodoviário, em todas as etapas do processo de transporte de carga.
“Estamos organizando a casa desde 2020 para dar mais esse passo na história da Norsul, entendendo as necessidades de nossos clientes e também as oportunidades no mercado de logística nacional que podemos suprir expandindo nossa atuação para além do mar”, explica Angelo Baroncini, diretor-presidente da empresa.
Com 970 viagens entre navios e comboios oceânicos, a Norsul transportou um total aproximado de 18 milhões de toneladas de cargas em 2020, encerrando o ano com um faturamento de R$ 1,2 bilhão.
Scheffer e Embrapa firmam parceria para desenvolvimento de novos produtos biológicos
A Scheffer, primeira empresa brasileira do agronegócio a obter o selo “regenagri” de Agricultura Regenerativa, acaba de firmar uma parceria técnico-científica com a Embrapa para o desenvolvimento de novos produtos biológicos. Com a parceria, a companhia quer ampliar a utilização de bioprodutos nas lavouras brasileiras.
A meta é dobrar a área de agricultura regenerativa, método sustentável que propõe cultivar o solo com redução do uso de químicos, de 4.000 para 8.000 hectares até o final de 2023. “Será um grande avanço, pois nós poderemos observar diretamente nas lavouras, em larga escala, como estes novos ativos biológicos irão se comportar tanto no controle de pragas, quanto no desenvolvimento de plantas”, afirma Cândido Barreto de Novais, doutor em saúde do solo e coordenador de Laboratório e Pesquisa da Scheffer.
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