A safra total de milho do Brasil 2020/21 deverá cair 9% ante o ciclo passado, estimou hoje (8) a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), ao reduzir a previsão de colheita citando problemas climáticos, o que deixará o país também com menos estoques.
A produção total foi estimada hoje em 93,38 milhões de toneladas, com um corte de cerca de 3 milhões de toneladas ante a projeção do mês anterior, em meio a impactos da seca para o cereal de inverno, que recentemente foi atingido por geadas severas.
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A projeção de segunda safra, que está sendo colhida, foi reduzida para 66,97 milhões de toneladas, ante 69,96 milhões na previsão anterior e 75 milhões de toneladas na temporada passada, disse a Conab, colocando ainda números mais conservadores do que projeções de analistas privados.
Diante dos ajustes, disse a Conab, o estoque final esperado ao fim do ano-safra 2020/21 é de 5,5 milhões de toneladas, redução de 48,4% em relação à safra anterior. A projeção representa um corte de mais de 2 milhões de toneladas ante o número de junho.
“Esse novo arranjo é explicado, principalmente, pela redução da produção total de milho causada pelas adversidades climáticas ocorridas na safra em curso, em movimento oposto à sustentação da demanda agregada”, disse a Conab.
A estatal, contudo, reduziu a projeção de consumo de milho do país em quase 1 milhão de toneladas, para 71,3 milhões de toneladas, que ainda assim deverá superar o volume da temporada passada (68,7 milhões).
Apesar da menor oferta interna, a Conab não alterou as projeções de exportações e importações do cereal pelo Brasil, que ficaram respectivamente em 29,5 milhões e 2,3 milhões de toneladas. Os números, entretanto, mostram uma disparada nas compras externas do país, que importou 1,45 milhão no ano anterior, além de uma queda nos embarques nacionais, que atingiram cerca de 35 milhões em 2019/20.
Os preços do milho no mercado nacional, que vinham recuando em junho com a chegada da colheita, mudaram de direção voltaram a escalar após as geadas, subindo 6,25% em julho para R$ 95 a saca, conforme dados da Esalq.
Recorde para o trigo
A estimativa para a safra de trigo do Brasil, que está terminando de semear as lavouras no Rio Grande do Sul, foi elevada para um recorde de 8,48 milhões de toneladas, ante 6,94 milhões na previsão anterior, segundo a Conab.
Caso essa projeção se confirme, a safra cresceria 36% na comparação com o ano passado graças a um incremento de área de 12,3% impulsionado por preços favoráveis, bem como por um aumento na produtividade da ordem de 21,1%, após alguns problemas climáticos na temporada anterior.
Com isso, o volume a ser importado pelo Brasil, um dos maiores importadores globais de trigo, somaria 6 milhões de toneladas, versus 6,6 milhões na temporada passada. A Conab também vê um aumento considerável nos estoques do cereal, passando de cerca de 100 mil toneladas em 2020 para 1,8 milhão em 2021.
A safra de algodão, que está sendo colhida, foi estimada em 2,34 milhões de toneladas (pluma), estável ante previsão anterior, mas uma queda de 22% na comparação anual.
Já a produção de soja do país, com colheita encerrada, foi ajustada para um recorde de 135,9 milhões de toneladas, ante 135,86 milhões na previsão anterior. O volume representa um crescimento de 8,9% na comparação anual.
A Conab também manteve praticamente estável a projeção de exportação de soja neste ano em 86,69 milhões de toneladas, um patamar também histórico. (Com Reuters)
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