A exportação brasileira de café bateu um novo recorde ao totalizar 45,6 milhões de sacas em 2020/21, alta de 13,3% em relação à temporada anterior e de 10,1% sobre os 41,426 milhões vistos na última máxima histórica, em 2018/19, disse hoje (12) o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Com o embarque de 36,91 milhões de sacas, a variedade arábica respondeu por 81% do total enviado ao exterior na safra 2020/21 e também obteve o melhor desempenho de todos os tempos.
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Outro recorde foi registrado nas exportações de café robusta, que envolveram 4,7 milhões de sacas exportadas, com representatividade de 10,3%, mostraram os dados do conselho.
Segundo o Cecafé, o recorde reflete a safra positiva de 2020/21, com bom volume e qualidade, além da “eficiência comercial e logística dos exportadores.” No ano passado, a colheita do Brasil, maior produtor global de café, atingiu máximas históricas tanto para o arábica quanto para o robusta.
“[Os profissionais de logística] redobraram esforços durante a pandemia para honrar os compromissos diante dos entraves logísticos, potencializados pela expressiva alta nos custos dos fretes, consequentes e sucessivos cancelamentos de bookings e dificuldade de novos agendamentos”, disse em nota o presidente do Cecafé, Nicolas Rueda.
Em termos de receita, as exportações de café somaram US$ 5,842 bilhões na safra 2020/21, o maior patamar em cinco anos, com aumento de 13,4% na comparação anual.
Entre julho de 2020 e junho deste ano, disse o Cecafé, houve embarques para 115 países, com os Estados Unidos se mantendo como o maior cliente do Brasil no setor – os norte-americanos adquiriram 8,3 milhões de sacas no período, alta de 5,8% no ano a ano.
A Alemanha aparece logo em seguida, tendo importado 7,948 milhões de sacas, crescimento de 16,2% ante 2020. Mas o Cecafé destacou especialmente a presença de dois países produtores da commodity –Colômbia e México– na lista dos dez principais clientes brasileiros na temporada passada.
A Colômbia ocupou a oitava posição no ranking, tendo ampliado suas importações em 150% na comparação com o ciclo anterior, para 1,137 milhão de sacas. Já o México adquiriu 965 mil sacas no período.
“Eles importam para o consumo interno e para industrializar e comercializar com outros países, como no exemplo dos mexicanos, que vendem muito para os EUA”, disse Rueda, classificando a entrada nesses mercados como “novos paradigmas”.
PERSPECTIVA FUTURA
A nova temporada representa um ano de baixa no ciclo bienal do café arábica no Brasil, o que resultará em uma queda de produção, em safra também impactada pelas irregularidades climáticas.
Ainda assim, Rueda acredita que a oferta dos cafés do Brasil esteja equilibrada com a demanda mundial, agregando a “excelente” safra de 2020 à colheita menor de 2021.
“Os exportadores continuam monitorando a colheita deste ano e as condições de desenvolvimento para o ciclo 2022, assim como seguem atentos ao panorama do consumo global, que parece animado para o cenário pós-Covid-19, com o avanço da vacinação, e para qual o produto brasileiro é essencial”, afirmou o presidente do conselho.
“A boa hora dos cafés do Brasil parece perdurar no cenário mundial.”
Ele demonstrou, no entanto, preocupação com as dificuldades enfrentadas no transporte marítimo global, já que a retomada econômica em grandes potências, na esteira da vacinação, aqueceu a procura por alimentos e eletrônicos, gerando congestionamentos nos portos dos EUA e Ásia.
Esse cenário resultou, segundo o Cecafé, em sucessivos cancelamentos de “bookings”, dificuldade para novos agendamentos de embarques e concorrência por contêineres e espaço nos navios.
“Esses gargalos de infraestrutura e logística são preocupantes e impactam o desempenho das exportações brasileiras de café, pois os portos norte-americanos e asiáticos operam com capacidades máximas devido ao desbalanço do comércio global”, disse Rueda. (Com Reuters)
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