A Suzano espera que a oferta mundial de celulose continuará restringida nos próximos meses por fatores que incluem sanções à Rússia, que têm afetado produtores na Europa e no próprio mercado russo, afirmaram executivos hoje (5).
A companhia espera elevar sua produção de celulose nos próximos trimestres, após paradas para manutenção que levaram a empresa a vender menos do produto nos primeiros três meses do ano. Porém, executivos em conferência com analistas sobre resultados da empresa no primeiro trimestre, não fizeram estimativas.
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E embora a inflação de custos de matérias-primas como produtos químicos e combustíveis deverá continuar pesando sobre a indústria, executivos da Suzano mencionaram na conferência que o custo caixa de produção do primeiro trimestre, da ordem de R$ 868 por tonelada, deve se manter estável.
A conta da empresa para isso inclui os benefícios de aproveitamento melhor de fábricas de alto desempenho que tiveram paradas de manutenção no primeiro trimestre, maiores vendas de energia elétrica no mercado pela companhia e menores custos operacionais após os trabalhos de reparos.
A companhia está elevando preços de papel em vários mercados em maio e em junho e implementou na Ásia aumento de US$ 30 na tonelada de celulose neste mês.
Sobre o mercado asiático, a Suzano está vendo produtores chineses de papel demandando mais celulose diante de perspectiva de flexibilização de medidas de isolamento social adotadas na China, além de esperadas medidas de incentivo à economia a serem tomadas pelo governo chinês.
Segundo o diretor comercial de celulose da Suzano, Leonardo Grimaldi, os preços maiores da matéria-prima do papel são sustentáveis nos próximos meses uma vez que os problemas na oferta do produto no mercado global “não vão se resolver nos próximos meses”.
O executivo afirmou que cerca de 30% da madeira usada pela indústria finlandesa de celulose, uma das principais do mundo, vinha da Rússia, e que as sanções ao país, por conta da guerra contra a Ucrânia, estão obrigando os produtores da Finlândia a buscarem alternativas para obterem a madeira que antes vinha da Rússia para suas fábricas.
Além disso, segundo Grimaldi, produtores russos de celulose estão enfrentando dificuldades para obterem matérias-primas como produtos químicos para viabilizarem suas operações.
Questionado sobre perspectivas de alocação de capital, o presidente da Suzano, Walter Schalka, afirmou na conferência que após a Suzano concluir o projeto de construção de uma fábrica de celulose no Mato Grosso do Sul, o chamado Projeto Cerrado, a companhia terá mais opções para pagar dividendo, fazer recompras de ações e reinvestimentos em suas instalações. O investimento no projeto previsto apenas para este ano é de R$ 7,3 bilhões e o total da empresa para 2022 é de 13,6 bilhões.