A Indigo, empresa de tecnologia que desenvolve produtos biológicos e soluções de crédito, anunciou hoje (29) a finalização da primeira safra de créditos de carbono agrícola certificados, gerados em escala. A geração dos créditos ocorreu por meio do programa Carbon by Indigo, que serão formalmente emitidos pela Climate Action Reserve (Reserva de Ação Climática ou CAR) nos próximos dias. O crédito estabelece uma marca histórica para o mercado voluntário de carbono.
Avaliada em 20.000 créditos, corresponde à maior emissão de créditos de carbono já realizada no setor agrícola mundial, e apenas a primeira em um crescente mercado voluntário de carbono que, segundo especialistas, deve chegar a US$ 50 bilhões até 2030, o equivalente a quase R$ 260 bilhões (em valores atualizados). “Não é exagero dizer que este anúncio é um marco histórico. Pela primeira vez, conseguimos medir e verificar, em uma escala comercial sem precedentes, os esforços de produtores rurais para a remoção e redução de carbono”, diz Ron Hovsepian, CEO da Indigo. “A emissão de créditos anunciada hoje valida o papel da agricultura no atendimento da necessidade urgente do mundo para o tipo de sustentabilidade e soluções climáticas que queremos alcançar.”
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Lançado em 2019, o Carbon by Indigo é um programa verificável em escala para soluções tecnológicas que monitoram os níveis de carbono do solo. É realizado em colaboração com consultores de confiança dos agricultores, como Corteva, Growmark, Landus, Compeer, Midwestern BioAg, Verdova, entre outros.
Voltado para produtores em todas as etapas da jornada de cultivo de carbono, desde aqueles que estão apenas começando a pensar em implementar sua primeira plantação de cobertura até os mais avançados no caminho regenerativo, o programa possui certificação da Climate Action Reserve, uma organização sem fins lucrativos que gerencia os principais registros de projetos de compensação de GEE. Na cartela de clientes, já há grandes corporações globais comprometidas com práticas ESG, como JP Morgan, IBM, Shopify, The North Face, Boston Consulting Group.
A Índigo anunciou, também, que garante o compromisso de compra a um preço de US$ 40/crédito (cerca de R$ 207/crédito), um aumento de 100% desde o lançamento do programa, em 2019. A empresa tem quase 2.000 agricultores e mais de 2 milhões de hectares em seu modelo de negócio.
Embora as tecnologias emergentes de sequestro de carbono enfrentem desafios para conseguir remover rápido e de forma escalonável os gases de efeito estufa na medida necessária para limitar o aquecimento global abaixo de 1,5 grau Celsius, as soluções baseadas em recursos existentes na natureza trazem oportunidades que preenchem efetivamente essa lacuna. Historicamente, a agricultura é responsável pela produção de menos de 1% dos créditos voluntários de carbono. A emissão de créditos é uma ferramenta para produtores rurais trilharem um caminho imediato, escalável e comprovado para a mitigação das mudanças climáticas em um dos maiores e mais críticos sumidouros de carbono do mundo: o solo.
Para Craig Ebert, presidente da Climate Action Reserve, a emissão do créditos é resultado de um esforço colaborativo para criar uma solução inovadora e robusta para geração de crédito precisa e econômica na agricultura, criando um mecanismo para catalisar e recompensar a adoção de práticas agrícolas sustentáveis. “Esses créditos são evidências tangíveis de que, ao melhorar voluntariamente a saúde do solo, os agricultores obtêm uma nova fonte confiável de renda e se beneficiam do investimento global em créditos de carbono necessários para resolver a crise climática”.
Para ajudar os agricultores a produzir créditos de carbono, a Indigo implementou uma abordagem que combina amostragem e modelagem do solo para gerar créditos em escala. Esses créditos vendidos foram, então, verificados e emitidos pela The Reserve para uso exclusivo da rede global da Indigo que conta com cerca de 20 marcas comprometidas com a compra de créditos de carbono. Nessa primeira emissão estão envolvidos 175 agricultores que adotaram práticas favoráveis ao clima, como estratégias de cultivo e plantio direto em cerca de 40.500 hectares nas safras entre 2018 e 2020.
“A fazenda não parece a mesma de quando meu avô a iniciou e vejo os créditos de carbono como uma opção nova e valiosa para nós a longo prazo”, disse Lance Unger, agricultor de Indiana que ganhou US$ 26.000 em receita adicional. “Nosso solo pode produzir créditos de carbono todos os anos. E quanto mais empresas se concentram em se tornar neutras em carbono, mais valiosos são esses créditos de carbono”. A segunda emissão de crédito, prevista para o início do próximo ano, será calculada com base nos esforços de cultivo de carbono dos agricultores até 2021 e deverá resultar em uma safra de crédito de pelo menos o dobro do tamanho da emissão anunciada hoje.
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