O Mercado Livre, uma das principais plataformas de comércio eletrônico que no ano passado superou a marca de 1 bilhão de produtos vendidos no valor de US$ 28,4 bilhões, 36% acima de 2020, anunciou hoje (7) a atualização das metas do programa “Regenera América” para 2022, um dos braços da política de ESG da companhia. De origem argentina, a plataforma atua em 18 países.
Em parceria com a Pachama, empresa norte-americana que utiliza inteligência artificial, imagens de satélite e machine learning para calcular a quantidade de carbono capturado, a iniciativa foi lançada no ano passado para impulsionar a regeneração e conservação de biomas localizados na América Latina. Com o anúncio, o projeto ganha um investimento adicional de R$ 47 milhões.
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A primeira parte, cerca de R$ 24 milhões, será utilizada para apoiar cinco iniciativas de conservação ainda neste semestre — quatro no Brasil e uma no México —, totalizando 3.300 hectares restaurados nos biomas Mata Atlântica, Amazônia e Matorral Xerófilo. Outros R$ 23 milhões serão destinados para projetos a serem definidos pela empresa entre este semestre e o começo de 2023.
“Criamos esse programa não só pautado pela capacidade dos ecossistemas de capturarem carbono, mas também pela possibilidade de engajarmos produtores e comunidades locais nessa agenda”, diz Laura Motta, gerente de sustentabilidade do Mercado Livre. “A ideia é que eles também se beneficiem por esse processo, seja pela geração de renda, pagamento de serviços ambientais ou pelo próprio fomento à cadeia de restauração.”
No ano passado, a empresa investiu R$ 40 milhões em dois projetos na Mata Atlântica: “Conservador da Mantiqueira” e “Corredores de Vida”.
Na Mantiqueira, região conhecida pela produção de café, azeites, dentre outros, a empresa espera restaurar, por meio da remuneração de proprietários de terras por serviços ecossistêmicos, 2.717 hectares nos próximos 30 anos. A iniciativa já tem 755 hectares em restauração e deve acrescentar mais 839 hectares até o final deste ano.
Já na iniciativa “Corredores de Vida”, do Ipê (Instituto de Pesquisas Ecológicos), o investimento foi direcionado para a restauração de 250 hectares com o plantio de 500 mil árvores nativas, resultando na formação de novos corredores ecológicos no estado de São Paulo. Esse projeto receberá novos investimentos em 2022 para ser expandido.
Ao todo, o Mercado Livre estima que os dois projetos apoiados e os quatro novos resultarão no sequestro de cerca de 939 mil toneladas de carbono, na restauração de 10,5 milhões de árvores e no plantio de 1 milhão de árvores nativas.
Confira os quatro programas brasileiros que serão apoiados neste ano pelo “Regenera América”:
Corredores de Vida (Mata Atlântica)
Com a meta de promover a criação de corredores biológicos entre os remanescentes de mata nativa, o Mercado Livre investirá novamente no “Corredores de Vida” em 2022. O plano é regenerar 50 hectares adicionais aos 250 anunciados no ano passado. A empresa e o projeto do Ipê (Instituto de Pesquisas Ecológicos) adotam um modelo híbrido de restauração natural com o plantio, estimando gerar renda para 50 famílias no estado de São Paulo.
Corredor Pau Brasil (Mata Atlântica)
Em parceria com o Natureza Bela, OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) sediada em Itabela (BA), será criado um corredor biológico entre dois parques nacionais localizados na região do sul da Bahia: o Monte Pascoal e Pau Brasil. O projeto envolve também a participação de comunidades indígenas por meio de associações de produtores de árvores. A meta é restaurar 70 hectares do bioma com o plantio de 116 mil árvores. A iniciativa deve resultar no sequestro de 27 mil toneladas de carbono.
Águas do Rio (Mata Atlântica)
No Rio de Janeiro, o “Regenera América” apoiará o ITPA (Instituto Terra de Preservação Ambiental) na geração de corredores biológicos em áreas fragmentadas da Mata Atlântica. A expectativa é que a iniciativa contribua para a proteção das bacias hidrográficas da região. Serão 70 hectares recuperados com o plantio de cerca de 116 mil árvores nativas. A recuperação resultará no sequestro de 27 mil toneladas de carbono da atmosfera.
Café Apuí (Amazônia)
No Amazonas, com o Idesam (Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia), uma associação civil de direito privado, um projeto piloto servirá para o desenvolvimento da agricultura cafeeira no bioma. A empresa investirá na recuperação de florestas por meio de sistemas agroflorestais de espécies nativas e cafeeiras em Apuí, município no sul do estado, na rota da rodovia Transamazônica. Serão 10 hectares restaurados, resultando no sequestro de 2.500 toneladas de carbono.