Você já ouviu falar do termo abate humanitário? Soa estranho, mas na verdade ele é uma tradução literal do inglês “human slaughter”. Ele representa muito mais uma atitude de respeito nessa etapa final da produção.
Esse tema foi mais intensamente falado no Brasil recentemente, pois a portaria nº365, publicada pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) em junho de 2021, estabeleceu regras claras de pré-abate. Essas regras, que deveriam entrar em vigor no mês de agosto, foram adiadas por mais seis meses para a readequação das empresas.
Leia mais: Queijos são caminho para Brasil se destacar no mercado de laticínios
É o último prazo, espero, porque são definições importantes que vieram para ficar. Mas no que consiste esse abate humanitário?
Ele traz uma lista de regras com base em indicadores cientificamente comprovados que identificam pontos de extremo estresse no animal e contemplam, por exemplo, que o animal deve ser insensibilizado antes do abate, formas de manusear o equipamento e todo um conjunto do transporte da fazenda à chegada do animal na indústrias. Com isso, garante-se até a última etapa da produção, que todas as práticas foram executadas de modo respeitoso.
Com certeza, é uma demanda de todos nós. A nossa parte também é realizar o consumo equilibrado e consciente, buscando alternativas em empresas que cumprem corretamente esses preceitos baseados na ciência.
Ver essa foto no Instagram
Carmen Perez é pecuarista e entusiasta das práticas do bem-estar animal na produção animal. Há 14 anos, trabalha intensivamente a pesquisa na fazenda Orvalho das Flores, no centro-oeste do Brasil, juntamente com o Grupo Etco, da Unesp de Jaboticabal e universidades internacionais. Foi presidente do Núcleo Feminino do Agronegócio (NFA) em 2017/2018.
Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.