A companhia de alimentos BRF está utilizando uma tecnologia de inteligência territorial, com dados de satélite, para monitorar lavouras que tenham risco de quebra nas safras de grãos do Brasil, insumo utilizado como ração para a empresa, conforme comunicado divulgado ontem (20).
O valor do investimento não foi divulgado.
Com base nas análises do sistema gerado por uma plataforma, no entanto, a BRF disse que registrou, apenas nas primeiras semanas de uso em setembro desse ano, um potencial de economia de R$ 3,5 milhões através de nova ordenação de contratos e transferências dos insumos entre unidades de grãos.
Isso porque a plataforma cruza informações de negócios como os volumes de consumo, estoques mínimos das unidades, capacidades de armazenagem, recebimento e contratos de compra com dados de mercado.
“Com isso, é possível otimizar e sugerir as melhores decisões para minimização de custos no suprimento das fábricas de rações, auxiliando no planejamento e na logística de recebimento e transferência de grãos da companhia”, disse no comunicado.
Neste ano, a BRF já amargou dois prejuízos trimestrias que tiveram como um dos ingredientes o elevado custo com insumos como o milho e farelo de soja, que compõem a alimentação animal.
Agora, segundo a empresa, a plataforma tecnológica de monitoramento é baseada em um algoritmo matemático de previsão de quebra de safra, que leva em conta um histórico de mais de 30 anos de dados sobre condições de solo e clima.
Em parceria com uma empresa de inteligência territorial, o projeto permite rastrear mais de sete milhões de hectares de lavoura em sete Estados brasileiros (MT, GO, MG, MS, PR, SC e RS).
“Conseguimos trazer mais eficiência à nossa atuação comercial. É possível, por exemplo, direcionar as visitas e o acompanhamento das lavouras que apresentam maiores índices de risco de quebra. Até o presente momento, conseguimos monitorar 2 mil contratos com base em risco de quebra e de não entrega do produto, o que representa um volume de mais de um milhão de toneladas de grãos monitorados”, disse em nota o diretor de Operações e Compras de Commodities da BRF, Gilson Ross.
Ainda segundo ele, a plataforma também gera análises socioambientais dos territórios de originação da empresa. O objetivo é mapear a procedência de 100% dos grãos provenientes dos biomas Amazônia e Cerrado até 2025.