A climatech brasileira Moss, que comercializa créditos de carbono e soluções ambientais em blockchain, anunciou uma parceria com a empresa canadense Invert para aportar US$ 1,5 milhão no desenvolvimento de projetos de conservação florestal na região amazônica. Especializada no financiamento de projetos para compensação de carbono, esta será a primeira operação de conservação da empresa na América Latina.
O investimento será usado em dois projetos, denominados Jatobá e Seringueira, para cobrir custos de inventário florestal, processo de auditoria e certificação, além de garantir benefícios para as comunidades e apoiar na preservação da biodiversidade local.
De acordo com o CEO e fundador da Moss, Luis Felipe Adaim, a Invert “tem desenvolvido importantes inovações na área de protocolos de certificação de crédito”. Em agosto do ano passado, a canadense concluiu uma captação de US$ 25 milhões. Segundo Adaime, o Brasil tem potencial para gerar US$ 15 bilhões em créditos de carbono por ano.
Green Deal europeu deve ir para a agenda do agro, diz Abag
A ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio) iniciou nesta semana um debate no setor do agro sobre os efeitos da internacionalização do Pacto Verde Europeu (Green Deal) na competitividade brasileira. Para a entidade, isso se faz necessário porque as regras foram baseadas apenas na realidade da União Europeia, ou seja, na agricultura do mundo temperado, que é bastante distinta da agricultura de um país de clima tropical.
“O mundo necessita de cooperação e não de sanções, ainda mais em tempos de insegurança alimentar, um conflito armado e mudanças significativas no comércio global”, diz Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da ABAG. “A União Europeia possui um sistema democrático avançado, mas ela percebeu que sozinha não será capaz de cumprir com as metas de descarbonização, por isso incluiu as cadeias produtivas.”
Mas o Green Deal trata além da abertura do mercado europeu até 2050 e também desconsidera o uso da biomassa para as soluções de bioeconomia. Outro ponto é o desmatamento, desconsiderando no Brasil o que diz o Código Florestal. Além da UE, os Estados Unidos também estão elaborando seu programa verde. Os fóruns da entidade vêm servindo para colocar temas atuais nas mesas de discussões, visando a política pública brasileira.
São Martinho adere ao Pacto Global da ONU no Brasil
A São Martinho, grupo sucroenergético que processa 24,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra, ingressou no Pacto Global da ONU no Brasil, iniciativa das Nações Unidas junto à comunidade empresarial para promoção e adoção de princípios universalmente aceitos nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e combate à corrupção. Estão no pacto 16 mil empresas e quase 4 mil organizações não-empresariais. Nesta semana, a empresa também informou o início da produção de etanol de milho.
“É muito importante fazer parte desta comunidade de empresas que, voluntariamente, firma um pacto para compartilhar, trocar e aprofundar experiências e práticas que estimulam a evolução constante da sustentabilidade”, diz Agenor Cunha Pavan, vice-presidente e superintendente agroindustrial.
Entre as iniciativas da companhia nesse sentido estão o plantio de cerca de 4,7 milhões de mudas de árvores desde 2000; construção dos centros de educação ambiental; ações nas comunidades no entorno das usinas; manejo conservacionista do solo e reaproveitamento de 99% dos resíduos gerados.
Gestora Yield Lab Latam quer captar US$ 50 milhões
A YLL (Yield Lab Latam), gestora de venture capital – ou capital de risco – de tecnologia agrifood, informou que deve captar ainda neste ano investimentos da ordem de US$ 50 milhões para o seu terceiro fundo, destinado a promover novas agtechs ao mercado. Fundada em 2017, a gestora possui escritórios na Argentina, Brasil, Chile e Colômbia. Além da presença no Peru, a partir de março inicia suas operações no México.
Os investimentos ocorrem em startups em estágio inicial de alto potencial na América Latina. A gestora já impulsionou empresas como a Seedz, TerraMagna e @Tech, com forte presença no Brasil. “Nosso setor é resistente à recessão, já que o mundo precisa se alimentar e se vestir”, afirma Kieran Gartlan, sócio da The Yield Latam para o Brasil. “Então, a crise não nos atinge, principalmente porque a fase em que investimos é early stage, ou seja, em estágio inicial, com investimentos pequenos.”
M. Dias Branco integra Índice Teva Mulheres na Liderança 2023
Em nova medição do Índice TEVA Mulheres na Liderança, realizada este ano, a M. Dias Branco permanece na terceira posição no ranking de diversidade de gênero, de um total de 15 empresas selecionadas. A Teva promove índices de ETF (Exchange Traded Funds) no Brasil, fundos de investimento negociados na bolsa de valores e no mercado de balcão organizado.
Desde julho de 2022, a empresa integra a carteira do Índice Teva Mulheres na Liderança, gerido pelo Banco Safra e listado para negociação na B3. É o primeiro índice quantitativo do Brasil sobre a presença de mulheres na governança, mapeando mais de 150 mil cargos em todas as empresas listadas.
“A M. Dias Branco possui uma cultura estabelecida em relação à diversidade e incentiva que todos tenham as mesmas oportunidades”, diz Tiago Timbó, gerente de comunicação, cultura e sustentabilidade da M. Dias Branco. “Permanecer no ranking é sinal de que possuímos ações consistentes de fomento à liderança feminina.” Dos 17 mil funcionários, cerca de 22% são mulheres que ocupam posições de liderança, incluindo gerência, diretoria e vice-presidência.
Minerva Foods a compra a Breeders and Packers Uruguay
A Minerva Foods, uma das maiores empresas na produção e comercialização de proteína animal do mundo, anunciou nesta semana a aquisição do frigorífico Breeders and Packers Uruguay, uma subsidiária da NH Foods Group, por cerca de US$ 40 milhões.
A BPU Meat está localizada próximo à cidade de Durazno e é um dos mais modernos frigoríficos de carne bovina do país, com capacidade de abate de 1.200 bovinos/dia. A unidade frigorífica destina cerca de 85% de suas vendas para o mercado internacional, em especial para demandas de produtos de valor agregado, como Japão e Coréia do Sul. O Uruguai responde atualmente por cerca de 5% do mercado mundial exportador de carne bovina.
Com a compra, a Minerva Foods passa a ser o maior frigorífico do Uruguai, com uma capacidade total de abate de 3.700 bovinos/dia, distribuídas nas unidades de Pul, Carrasco, Canelones e, agora, BPU.
Raça Angus Ultrablack inicia seu programa de genômica
A Associação Brasileira de Angus anunciou que está começando a rodagem do programa de genômica na raça Ultrablack. Com apenas cinco anos de registros no país, a raça sintética já opera com seleção lastreada na ferramenta. O banco de dados multirracial conta com cerca de 9 mil reprodutores genotipados.
A raça sintética Ultrablack, originária da Austrália, é obtida por meio de cruzamentos de angus (80% de sangue) e 20% de sangue zebuíno. Atualmente, há 124 criadores registrando animais da raça no Brasil, um total de 3.009 reprodutores com registros (provisórios e permanentes) emitidos.
Segundo o diretor técnico da entidade, Rogério Rotta Assis, o processo representa um salto consistente, assim como ocorreu com a Angus. A ideia é que, com o avanço de testes, a população genotipada aumente e, com ela, também se eleve a acurácia do processo. “É uma raça jovem, e o fato de já começar com possibilidade de avaliação genômica representa um estímulo para seu uso cada vez mais e melhor”, afirma Assis.
FIP Agroenergia assume controle da Atvos
O fundo de investimento FIP Agroenergia passou a controlador da Atvos, empresa do setor sucroenergético que tem na origem a família Odebrecht. O FIP Agroenergia será responsável por abrir caminho para a chegada na companhia do Mubadala Capital, subsidiária de gestão de ativos da Mubadala Investment Company, um investidor soberano global com sede em Abu Dhabi.
O novo controlador está comprometido em implementar as condições acordadas para que o Mubadala Capital invista R$ 500 milhões em troca de uma fatia de 31,5% do capital da companhia. O investimento deverá ser destinado para as áreas agrícola e industrial, com o objetivo de retomar a capacidade de produção e superar a marca de 30 milhões de toneladas de moagem de cana-de-açúcar por safra.
No ciclo passado, a companhia moeu 22,5 milhões de toneladas a partir das suas operações nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Para comandar o processo, o executivo Giovanni Forace assumiu o cargo de CEO interino. “A Atvos é uma das principais empresas do setor sucroenergético e enxergamos uma alta capacidade de crescimento e transformação da companhia”, afirma Forace.
Dexco é o novo Innovation Partner do AgTech Garage
A Dexco, produtora de painéis de madeira industrializada e dona das marcas Deca, Portinari, Hydra, Duratex, Castelatto, Ceusa e Durafloor, anunciou que a partir de agora deixa de ser uma das ecosystem partner do AgTech Garage, hub especializado em agro, com sede em Piracicaba (SP), para ocupar o espaço de novo Innovation Partner do hub.
Lucas Machado Rodrigues, gerente de competitividade e inovação em madeira da Dexco, destaca que o propósito é utilizar a tecnologia, inovação e os dados a favor da empresa, para, por exemplo “otimizar a aplicação de fertilizantes em áreas onde nossos modelos indicam limitações de produtividade em decorrência de pluviosidade inferior.” A empresa tem 140 mil hectares de florestas de eucalipto.
Agtech Decoy espera por produtos biológicos aprovados pelo Mapa
A Decoy Smart Control, de Ribeirão Preto (SP), startup de biotecnologia voltada ao controle de pragas em animais de produção, estima que uma de suas soluções apresentadas para aprovação pelo Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) deve sair ainda neste primeiro semestre de 2023. Trata-se de uma solução biológica para a bovinocultura por meio do uso de organismos vivos para controlar a população de carrapatos no ambiente e nos animais.
Com a aprovação, a agtech espera sair de um faturamento anual estimado em 2023 de R$ 6 milhões, para R$ 12 milhões em 2024. Os produtores já chegam até nós com um certo grau de conhecimento sobre a tecnologia, mostrando a alta aceitação do método. Ao complementarmos esse entendimento com detalhes sobre os benefícios do tratamento aos negócios e à saúde dos animais e do meio ambiente, percebemos uma abertura ainda maior ao tema”, Lucas von Zuben, CEO da Decoy.
Faculdade CNA está com inscrições abertas até dia 15
A Faculdade CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil) está com as inscrições abertas, até o dia 15 de fevereiro, para o processo seletivo em quatro cursos superiores de tecnologia da instituição: Gestão do Agronegócio, Gestão Ambiental; Gestão de Recursos Humanos e Processos Gerenciais.
As graduações são a distância, têm duração de dois a três anos, dependendo do curso escolhido, e contam com apoio de polos presenciais em todas as regiões do País. A faculdade tem três formas de ingresso: pela nota do Enem, por vestibular agendado ou segunda graduação. A inscrição é gratuita e deve ser feita pelo site www.faculdadecna.com.br
Ibraoliva inicia campanha sobre qualidade do azeite
Com o tema “Azeite virgem não é azeite extra virgem, Não se deixe enganar”, o Ibraoliva (Instituto Brasileiro de Olivicultura) está lançando uma campanha educativa com o objetivo de alertar que o azeite importado e vendido nas prateleiras dos supermercados brasileiros tem classificação extra virgem equivocada.
O presidente do Ibraoliva, Renato Fernandes, diz que são “três as classificações do azeite, sendo elas lampante, virgem e extravirgem e que, para o Brasil, os produtores internacionais enviam azeite virgem com rótulo de extravirgem”. Ele afirma que não há problema em consumir um azeite virgem, desde que o consumidor saiba.
A campanha será apresentada no dia 9 de fevereiro, na 11ª edição da Abertura da Colheita da Oliva, que acontece no Rio Grande do Sul, estado com 130 produtores de azeite extravirgem. Eles cultivam 6 mil hectares de área plantada, dos quais 4 mil hectares já estão produtivos. Os gaúchos respondem por 80% da produção nacional de azeite, que no ano passado foi de 448 mil litros.
John Deere mostra avanço em sustentabilidade da companhia
A norte-americana Deere & Company, empresa de máquinas agrícolas e inovações, divulgou o Relatório de Sustentabilidade do ano fiscal de 2022, destacando o empenho da John Deere na entrega de soluções mais sustentáveis.
O documento mostra que, de 2017 a 2022, a John Deere reduziu em 29% as emissões operacionais de gases de efeito estufa, superando a meta original que era de 15%. Também aumentou a reciclagem de resíduos para 84% e 50% de suas unidades já utilizam energia renovável.
“Estamos focados em fornecer soluções que sejam economicamente e ambientalmente sustentáveis”, afirma John C. May, CEO e chairman da Deere & Company. O relatório destaca, entre outras iniciativas, as parcerias com os agricultores e as ações de proteção do meio ambiente nas fazendas.
BBF emite R$ 133 milhões em debêntures para projetos na Amazônia
A Brasil BioFuels, produtora de palma e de óleo da palma na região norte do Brasil, concluiu a captação de R$ 133,4 milhões por meio de emissão de debêntures para finalizar a implantação de usinas termelétricas destinada à geração de energia renovável em Roraima. A oferta de emissão dos títulos encontra-se em negociação na B3.
“Estamos captando investimentos e trazendo parceiros para um projeto completamente sustentável, que une descarbonização da Amazônia e desenvolvimento socioeconômico da região com foco em geração de emprego e renda no Norte do país”, diz Milton Steagall, CEO do Grupo BBF. “Acreditamos em usar tecnologia para criar alternativas que utilizem recursos disponíveis na região, produzindo biocombustíveis e eliminando o diesel fóssil da Amazônia.”
A BBF produz biocombustíveis e biomassa a partir de de óleo de palma cultivada em plantio próprio, com operações no Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima e Pará. São 38 usinas termelétricas (25 em operação e 13 em implementação), 3 unidades de esmagamento de palma de óleo, 1 extrusora de soja e 1 indústria de biodiesel.