A safra brasileira de café 2023/24, cuja colheita está começando, parece em boa situação e capaz de oferecer bons rendimentos, indicando que é razoável uma visão de consenso de mercado de uma produção em torno de 65 milhões de sacas de 60 kg, informou um relatório nesta sexta-feira (14).
Segundo a consultoria CTA (Coffee Trading Academy), com sede na Flórida, cujo analista Igor Bragato percorreu algumas áreas cafeeiras na semana passada, a safra brasileira de café 2023/24 “não baterá nenhum recorde, mas parece ser uma melhora substancial em relação a 2022/23 e um ano bom para período de bienalidade negativa”.
O Brasil alterna anos de maior e menor produção de café arábica. A safra 2023/24 (julho a junho) deve ser uma “baixa” no ciclo bienal, mas a produção deve crescer mesmo assim porque a colheita do ano passado, de alta produtividade, foi prejudicada por problemas climáticos, como seca e geadas.
A nova safra brasileira é vista como fundamental para repor os estoques mundiais após dois anos de aperto que impulsionaram os preços de referência do café.
Bragato disse no relatório que a situação positiva dos cafezais, com boa quantidade de folhas e boas cargas de frutos nas áreas visitadas, corrobora a visão do CTA de fundamentos mais fracos daqui para frente.
Ele acrescentou que as conversas com os agricultores indicaram que eles estão satisfeitos com os preços e dispostos a vender a nova safra à medida que a colhem, levando também em consideração o atual mercado invertido — quando os preços são mais altos no curto prazo e mais fracos no longo prazo.
A CTA disse que as perspectivas indicam que os diferenciais de preço, ou o prêmio de preço sobre os futuros no mercado de café, provavelmente cairão daqui para frente.
O relatório disse que também há um bom potencial para a próxima safra, a 2024/25, mas isso dependerá muito do clima daqui para frente.