A Serasa Experian, especializada em serviços de informação, apresentou ontem (3) um estudo inédito que mostra o cenário positivo para a concessão de crédito aos produtores rurais. Na comparação com modalidades tradicionais de análise, sua adoção pode fazer com que 40,4% dos trabalhadores do campo passem a ter score acima de 500. Pela metodologia aplicada, se atribui uma pontuação de 0 a 1000 a cada produtor. Quanto mais alta é a pontuação, maior é a chance de que esse produtor cumpra os compromissos financeiros com empresas relacionadas ao agronegócio (comércio atacadista, indústrias, insumos, fertilizantes e maquinário agrícola), mercado financeiro e cooperativas de crédito.
“A solução, que ajuda a preencher a lacuna de informação que ainda existe nessa área, facilita ao setor agrícola a aquisição de um crédito de qualidade para financiar suas atividades e mitiga os riscos de concessão para os credores”, diz Marcelo Pimenta, head de agronegócio da Serasa Experian. O Estudo de Impacto do Agro Score foi realizado em março de 2023, com uma amostra de cerca de 9 milhões de donos de propriedades rurais e/ou que possuíam empréstimos e financiamentos na modalidade rural e/ou agroindustrial no Cadastro Positivo.
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“Com o modelo tradicional utilizado pelo mercado, cerca de 58,6% desses trabalhadores teriam acesso a um crédito de qualidade. Mas, quando utilizamos informações específicas do agronegócio para a análise, a expertise do Agro Score foi capaz de aumentar esse percentual para 82,4% deles”, diz Pimenta. “Ou seja, para cada 1.000 produtores rurais, 586 estariam aptos ao crédito com o modelo comum de análise. Ao passo que, com o novo Score específico para o agronegócio, esse número cresce para 824.”
De acordo com o executivo, o estudo demonstra como é fundamental que o setor tenha análises tecnológicas customizadas para garantir negociações mais vantajosas no crédito agrícola. “A avaliação dessa solução é mais assertiva, pois são levados em consideração os riscos do comportamento financeiro do produtor no mercado e sua relação com inadimplência relacionada ao agronegócio”, diz ele.
O Agro Score considera em sua análise o desempenho do produtor rural no mercado financeiro de cooperativas de crédito, comércio atacadista, indústrias do agronegócio, insumos, fertilizantes, maquinário agrícola, entre outros indicadores.
Norte e Nordeste alcançam melhor percentual de aumento
A análise por Estados brasileiros mostrou que as regiões Norte (variação média de até 23,2%) e Nordeste (variação média de até 21,1%) são as mais beneficiadas pelo Agro Score, em relação à melhora da pontuação dos produtores rurais. A região Sudeste marcou 20,9%, seguida pela Centro-Oeste (20,3%) e Sul (15,3%).
Segundo o estudo, os donos de propriedades rurais do Pará tiveram o melhor ganho, em termos de Score, marcando alta de até 26,8%. Em sequência está a Bahia, com aproximadamente 26%.
“O crédito rural tem sido fundamental para fomentar a produção agrícola e, cada vez, mais esse recurso é solicitado para dar suporte aos trabalhadores do campo no país. Com a combinação de dados em uma análise customizada, os produtores têm mais chances de acessar linhas de crédito com melhores taxas de juros e investir com segurança em insumos necessários para suas atividades rurais”, diz Pimenta.