As exportações de carne bovina do Brasil para a China, destino de mais da metade dos embarques brasileiros no mês passado, aumentaram 16,5% em maio na comparação com o mesmo período de 2022, para 112,3 mil toneladas, e mais que dobraram ante abril, apontou a Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos) nesta sexta-feira (9).
Apesar disso, os embarques do maior exportador global de carne bovina ao país asiático registram ainda uma queda de 13,3% no acumulado dos primeiros cinco meses do ano, para 381,4 mil toneladas, com impacto de um embargo temporário que vigorou durante cerca de 30 dias, entre fevereiro e março, por conta de um caso atípico de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB).
Ainda que o embargo já tivesse sido suspenso em abril, a movimentação para a China no quarto mês do ano também se mostrou relativamente pequena, somando cerca de 41 mil toneladas, reflexo de uma lenta recuperação após a suspensão.
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O aumento dos embarques em maio ocorreu apesar de incertezas sobre a entrada no país asiático de cargas que tinham sido certificadas para exportação à China antes do embargo em 23 de fevereiro. O próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta semana ter telefonado ao seu colega chinês, Xi Jinping, em uma tentativa de resolver a situação.
O volume parado nos portos da China chegaria a aproximadamente 70 mil toneladas, segundo Lula. Não havia até esta sexta-feira notícias de uma solução ao impasse, uma vez que brasileiros argumentam que a carne certificada antes do embargo não poderia ser embargada.
Novas exportações – realizadas após a suspensão do embargo –, em tese, não teriam empecilhos.
Assim, a exportação total do Brasil de carne bovina em maio somou 200.849 toneladas, frente a 180.387 toneladas ao mesmo mês de 2022, com impulso principalmente dos embarques para a China.
Mas o preço do produto exportado caiu mais de 20% no mês passado, impactando o faturamento, que recuou para US$ 965,2 milhões.
No acumulado do ano, as exportações totais proporcionaram uma receita de US$ 3,85 bilhões, para uma movimentação de 840.419 toneladas, com quedas de 24% na receita e de 8% no volume em relação ao mesmo período do ano passado, com impacto dos negócios com a China.
Os Estados Unidos continuam em segundo lugar na lista dos 20 maiores clientes da carne bovina do Brasil. Nos primeiros cinco meses do ano, os norte-americanos compraram 93.307 toneladas, alta de 3% na comparação anual.