A demanda por cafés de alta qualidade caiu novamente em maio, à medida que os compradores buscavam alternativas de preços mais baixos, como o café robusta, para reduzir custos e manter as margens de lucro, informou a Organização Internacional do Café (OIC) nesta quarta-feira (5).
Em seu relatório mensal sobre o mercado de café, a OIC disse que as exportações de Suaves Colombianos caíram 7,2% em maio, enquanto os embarques de Naturais Brasileiros caíram 14%. Os dois são alguns dos grãos arábica de alta qualidade mais comercializados no mercado.
Nos oito meses do atual ano cafeeiro de outubro a setembro, as exportações brasileiras naturais caíram 9,8%, informou a OIC. Para os Suaves Colombianos, foi o 11º mês consecutivo de queda nas exportações.
Enquanto isso, as exportações de grãos robusta, um tipo amplamente utilizado para fazer café instantâneo ou na produção do torrado e moído, aumentaram 6,8% em maio.
A OIC disse que os aumentos das taxas de juros e os altos custos dos empréstimos na Europa e nos Estados Unidos foram parcialmente responsáveis pela mudança para cafés mais baratos.
Taxas mais altas “limitam o tamanho dos orçamentos de compra, com os compradores se concentrando em origens mais competitivas e evitando os crescimentos dos mais caros”, disse a organização.
Os grãos robusta são os únicos que apresentaram maiores volumes negociados na temporada 2022/23 até agora, quando comparados às três temporadas anteriores.
A situação provocou alta nos preços do robusta e pressionou os preços do arábica. A OIC disse que a diferença entre os preços dos grãos arábica e robusta é a menor desde outubro de 2020.
“A arbitragem, medida entre os mercados futuros de Londres e Nova York, contraiu 22,6% para 50,31 centavos de dólar por libra-peso em junho de 2023, quando a taxa de crescimento dos robustas ultrapassou o mercado de Nova York”, disse a OIC.