MUMBAI (Reuters) – Os preços do óleo de palma bruto (CPO) deverão subir ao menos 11%, em média, em 2024, em comparação aos níveis deste ano, já que o padrão climático El Niño deve reduzir a produção na Indonésia, o maior produtor mundial, disse a Associação Indonésia de Óleo de Palma (GAPKI) na quinta-feira.
Em 2024, os preços médios do CPO, incluindo custo, frete e seguro (CIF Roterdã), poderão subir para 1.000 dólares por tonelada, em comparação com cerca de 900 dólares no ano atual, disse Fadhil Hasan, chefe da divisão de relações exteriores da associação.
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A redução do fornecimento de óleo de palma e de óleos concorrentes, como o óleo de girassol — que foi afetado pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia –, sustentaria os preços dos óleos vegetais, incluindo o óleo de palma, disse ele a repórteres durante uma conferência.
Usado em tudo, de bolos a xampus e produtos de limpeza, o óleo de palma compete com o óleo de soja, o óleo de girassol e o óleo de canola, produzidos principalmente por Argentina, Brasil, Rússia, Ucrânia e Canadá.
Em 2023, a produção de CPO da Indonésia poderá aumentar em cerca de 1 milhão de toneladas em relação aos 46,7 milhões de toneladas do ano passado, disse Hasan.
O impacto do El Niño
No entanto, espera-se que a produção diminua em 2024, com a extensão determinada pela intensidade do padrão climático El Niño, disse ele.
“O impacto do El Niño já é visível. As temperaturas aumentaram e o clima está muito seco. Veremos o impacto real desse clima na produção de palma no próximo ano”, disse ele.
O El Niño é um aquecimento das águas do Pacífico que normalmente produz condições mais secas na Ásia, reduzindo a produção de algumas culturas, como palma, arroz e trigo.
Embora o El Niño esteja reduzindo as chuvas na Indonésia, o efeito é menos pronunciado na Malásia, o segundo maior produtor do mundo, e, de acordo com uma autoridade malaia, a produção deverá aumentar no próximo ano.
(Reportagem de Rajendra Jadhav)