Começou no dia 12 de setembro e terminou nesta sexta-feira (29), em Nova York, o SSUNGA78 – Science Summit at the 78 United Nation General Assembly (Cúpula de Ciência na 78ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas), evento em paralelo à 78ª sessão da Assembleia Geral da ONU. O tema central foi a contribuição da ciência para alcançar os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) e cumprir a Agenda 2030. Aconteceram cerca de 300 sessões de palestras, 200 delas realizadas de forma híbrida, e o restante em formato on-line.
A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) liderou a participação do país. O objetivo do SSUNGA78 foi discutir as condições políticas, regulatórias e financeiras para que mecanismos científicos operem global e efetivamente no apoio ao alcance dos ODS.
Leia também:
- Ninho de gênios: os doutores da Embrapa no ranking global reserch.com 2023
- devolveu à sociedade R$ 34,70 para cada R$ 1 investido em 2022
- Embrapa mostra que lavoura de trigo absorve mais CO2 do que emite
A descoberta científica, através da análise de conjuntos massivos de dados, é uma realidade, e o entendimento dos organizadores é de que, para que os ODS sejam alcançados, é preciso impulsionar a colaboração entre as nações para a geração e o compartilhamento de dados de pesquisa, desenvolvimento e inovação, especificamente nos temas que compõem a Agenda 2030.
Por meio da Rede ODS Embrapa, a instituição organizou quatro sessões de palestras. “Os cinco eixos de atuação da Agenda 2030 – Paz, Pessoas, Planeta, Prosperidade e Parcerias – são bastante inspiradores, especialmente para a área de inovação tecnológica e social”, afirma Ana Euler, diretora-executiva de Negócios, da Empresa. “Temos um papel estratégico neste cenário e o compromisso de pensarmos qual Embrapa queremos para os próximos 50 anos.” Em 2022, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), apresentou um lucro social de R$ 125,88 bilhões, gerados a partir do impacto econômico no setor agropecuário de 172 tecnologias e 110 cultivares desenvolvidas pelas pesquisas. Para cada R$ 1 aplicado na Embrapa, no ano passado, foram devolvidos R$ 34,70 para a sociedade.
A Rede ODS Embrapa tem sido convidada há dois anos para organizar uma mesa de debate sobre ciência agropecuária no SSUNGA. Segundo Valéria Hammes, coordenadora da Rede, o convite se justifica pelo trabalho desenvolvido para demonstrar como o conhecimento e as soluções tecnológicas geradas na Empresa impactam 131 (77,5%) das 169 das metas globais dos 17 ODS pactuados entre 193 países.
- Inscreva sua empresa ou cooperativa no Forbes Agro100 utilizando este link
- Siga a ForbesAgro no Instagram
“Os ODS são considerados uma linguagem global para comunicar ao mundo as contribuições para o desenvolvimento sustentável, segundo a Agenda 2030. A partir dos alinhamentos do PDE, dos Planos de Execução das Unidades, dos projetos, dos portfólios, dos ativos tecnológicos, das tecnologias do Balanço Social e dos selos nas publicações da Embrapa, comunicamos de forma assertiva a nossa contribuição e podemos demonstrar, ainda, maior impacto, para além das contribuições ao setor agropecuário”, afirma Valéria.
O que a Embrapa levou de ciência
No ano passado, a Embrapa participou do SSUNGA77 na sessão “Brazilian R&D contributions to innovation in food systems” (Contribuições brasileiras em pesquisa e desenvolvimento para inovação em sistemas alimentares) com cinco pesquisadores.
“Para construir essa sessão em 2022, filtramos os cinco portfólios da Embrapa ligados à temática da alimentação, e eles dialogaram com as lideranças da Rede ODS Embrapa. Queríamos mostrar que existem na Empresa essas duas redes (ODS e Portfólios) que se comunicam para ciência, e o papel delas para o avanço da ciência no País”, afirma Alineaurea Silva, pesquisadora da Embrapa Semiárido (PE) e responsável, por meio da Rede ODS Embrapa, pela organização das sessões brasileiras no SSUNGA78 em 2023.
Este ano, a instituição adquiriu maior protagonismo no evento. “Saímos dos muros da Embrapa e vamos mostrar a ciência não só da Empresa como também das parcerias fortes que temos com o Mapa, o MDA, o MCTI e a Fiocruz”, Alineaurea.
Ela destaca que em vez de apresentar casos pontuais ou locais, a ideia foi mostrar experiências mais amplas sobre o que o Brasil está fazendo no combate à fome no contexto de país tropical, reunindo pesquisadores e especialistas com atuação alinhada ao tema da sustentabilidade e dos ODS. Entre os temas apresentados estão as soluções do manejo da fertilidade do solo, saúde única, inovação em biodiversidade e os requerimentos para um novo paradigma ecológico e coinovação no contexto de saúde e biodiversidade. (Com Embrapa)