O plantio de soja do Brasil no ciclo 2023/24 teve o início mais antecipado da história, e 0,40% da área estimada já recebeu sementes, avaliou nesta sexta-feira (15) a consultoria Pátria AgroNegócios.
Os trabalhos estão à frente do índice de apenas 0,16% registrado nesta época em 2022 e da média histórica de cinco anos para o período (0,21%).
“Os trabalhos de campo para o próximo ciclo safra de soja no Brasil já começaram e nunca tivemos um início tão agressivo”, disse o diretor da consultoria, Matheus Pereira.
“A presença do El Niño forçou o deslocamento da janela de chuvas no Brasil, com precipitações chegando mais cedo que o normal”, acrescentou.
O plantio antecipado favorece especialmente produtores de algodão, que cultivam a pluma após a colheita de soja.
“A Pátria estima que deveremos presenciar de 3-4 semanas de plantio acelerado no país, mantendo o ritmo marginal recorde.”
Neste ano, os cotonicultores pediram autorização ao Ministério da Agricultura para começar excepcionalmente antes os trabalhos de campo com a soja, temendo que o El Niño resulte em um “corte” prematuro das chuvas no ano que vem, o que afetaria futuramente a safra de algodão.
Segundo Pereira, o Mato Grosso, maior produtor brasileiro, plantou 0,52% da área estimada, enquanto o Paraná tem 1,6% da área plantada.
Pereira também disse que autorização para produtores semearem antes a soja em Mato Grosso também ajuda a explicar os índices.
Questionado sobre algumas previsões que apontam chuvas não tão boas em setembro em Mato Grosso, Pereira disse que nas regiões em que o plantio foi iniciado há expectativa de continuidade das precipitações.
“São as mesmas regiões que possuem boas previsões de chuvas ainda.”