O plantio de milho no Paraná no ciclo 2023/24 teve o início mais rápido dos últimos anos, indicando que produtores de soja podem também seguir o mesmo caminho, com chuvas no Sul antecipadas pelo fenômeno El Niño, de acordo com dados do Deral (Departamento de Economia Rural), do governo do Estado, nesta terça-feira (5).
O Paraná planta uma área relativamente pequena de milho na primeira safra, dedicando a maior parte dos campos para a soja, cultura que precisa respeitar o veto do vazio sanitário contra a ferrugem asiática até o dia 10 de setembro. Mas as condições climáticas são favoráveis aos trabalhos precoces dos sojicultores, conforme explicou o especialista do Deral Edmar Gervásio.
“Na prática, esta semana já é possível o plantio da soja, possivelmente uma parcela de produtores já está realizando o plantio. O vazio sanitário define que não pode ter planta emergida antes do dia 10. Acaba plantando um pouco mais fundo e a planta acaba ‘nascendo’ a partir do dia 10”, disse ele, ao comentar uma estratégia do setor.
Um plantio precoce de soja tende a favorecer o desenvolvimento da segunda safra de milho, plantado após a colheita da oleaginosa.
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Sobre o plantio do milho primeira safra, Gervásio afirmou que o trabalho começou rápido por causa do “clima favorável” e principalmente “por ser uma menor área se comparado a safras anteriores”.
A área de milho primeira safra deve voltar a perder hectares para a soja, na medida que produtores plantam mais o cereal na segunda safra, fazendo do Estado o segundo produtor brasileiro dos dois grãos, segundo dados do Deral.
O plantio de soja no Estado está estimado em 5,8 milhões de hectares, ante 5,79 milhões de hectares na safra anterior, informou o Deral em sua primeira projeção para a nova safra na semana passada. O milho primeira safra deverá ter uma redução de área de 16%, ou 62 mil hectares, para 317 mil hectares.
Nesta terça-feira, o Deral informou que 26% da área prevista com milho já foi semeada, versus 22% em 5 de setembro de 2022, nível muito acima de anos anteriores, que ficaram entre 6% e 1% nesta época.
Já a colheita de milho segunda safra do ciclo 2022/23 atingiu 79% da área, com atraso ante a mesma época do ano passado (95%), em meio a chuvas que dificultam a entrada das colheitadeiras nas áreas ou enquanto produtores aguardam o cereal perder umidade.