PEQUIM (Reuters) – Dezenas de representantes da indústria agrícola dos Estados Unidos reuniram-se em Pequim nesta quinta-feira para se encontrarem com colegas chineses em meio aos crescentes esforços dos EUA para reforçar o comércio agrícola, mesmo quando os laços políticos entre os dois países permanecem estremecidos.
Uma delegação de 11 grupos, incluindo o Conselho de Exportação de Soja dos EUA, o Conselho de Grãos dos EUA e a Associação de Trigo dos EUA, está de visita uma semana depois que compradores de grãos chineses assinaram acordos não vinculantes em Iowa para comprar bilhões de dólares em produtos, principalmente soja, o primeiro contrato desse tipo desde 2017.
Visitas como a desta semana se tornaram raras devido às tensões bilaterais e aos três anos de controles nas fronteiras da China devido à Covid-19. A atual viagem ocorre antes de uma esperada reunião entre o presidente da China, Xi Jinping, e o presidente dos EUA, Joe Biden, em San Francisco neste mês.
“Temos uma relação muito complicada, mas a agricultura é o lastro dessa relação”, disse Nicholas Burns, embaixador dos EUA na China, na reunião de autoridades setoriais dos EUA e da China.
Funcionários do Conselho de Grãos dos EUA visitaram o Ministério do Comércio da China nesta quinta-feira e comentaram sobre as medidas chinesas antidumping e anti-subsídios contra as importações de grãos secos de destilaria (DDG), um subproduto rico em proteínas da produção de etanol que é usado para alimentar animais.
“Eles sugeriram que conversássemos com a indústria nacional aqui para que dessem seu apoio sobre a necessidade do produto e mencionaram o fato de que recentemente abandonaram o caso antidumping contra a cevada australiana, então talvez isso traga alguma esperança para DDGs dos EUA. Não tenho certeza”, disse Cary Sifferath, vice-presidente do Conselho de Grãos dos EUA.
As sementes oleaginosas e os grãos são as principais exportações dos EUA para a China, representando 25,4 bilhões de dólares no ano passado, muito à frente de outros produtos, como os semicondutores, mas o Brasil tem ganhado a fatia dos EUA no mercado chinês depois de colher safras abundantes de soja e milho.
*Por Dominique Patton