O ano de 2022 não foi dos melhores para a economia brasileira. Porém, cabe aqui uma vírgula. É mais preciso afirmar que 2022 não foi bom para a economia brasileira, com exceção do agronegócio. Em média, o faturamento das 100 maiores empresas desse setor que atuam no Brasil cresceu 20,2% em relação a 2021. Para comparar, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foi de 2,9%, um ano considerado positivo em comparação com os anteriores.
O ranking das 10 maiores empresas do agro no Brasil é baseado na lista Forbes Agro100 2023, da edição 113 da revista, que já está disponível nos aplicativos na App Store e na Play Store e também no site da Forbes.
Somadas, as receitas dessas empresas foram de R$ 2,23 trilhões, ou 22,5% do PIB. E mesmo com a turbulência dos mercados globais provocada pelas hostilidades na Ucrânia e pelo movimento dos bancos centrais da Europa e dos Estados Unidos para elevar os juros e desacelerar a economia, as líderes do agronegócio desfrutaram de mercados abertos para alimentos, fibras e biocombustíveis, o que multiplicou as vendas e garantiu os lucros.
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Os números da balança comercial comprovam isso. Em 2022, o total exportado pelo agronegócio estabeleceu um novo recorde e foi de US$ 158,9 bilhões, alta de 32% em relação a 2021. O volume embarcado cresceu 8,1%. Com isso, as vendas externas do agronegócio representaram 47,6% do total exportado pelo Brasil no ano passado.
Veja a seguir as 10 maiores empresas do agro no Brasil:
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Alfribeiro/Guettyimages #1. JBS
SETOR: PROTEÍNA ANIMAL
FUNDAÇÃO: 1953, EM ANÁPOLIS (GO)
RECEITA: R$ 374,85 BILHÕES
PRINCIPAL EXECUTIVO: GILBERTO TOMAZONILíder no ranking de proteína animal e maior empresa brasileira privada em faturamento, a JBS comemora 70 anos em 2023, com 270 mil funcionários em mais de 20 países e 400 unidades produtivas. Foi considerada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), via Núcleo de Economia Regional e Urbana da Universidade de São Paulo (Nereus), uma das empresas de maior impacto socioeconômico no país. Em 2022, a JBS anunciou a criação de seu Biotech Innovation Center, um investimento de R$ 300 milhões em Florianópolis.
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Getty Images #2. RAÍZEN ENERGIA
SETOR: AGROENERGIA
FUNDAÇÃO: 2011, EM SÃO PAULO (SP)
RECEITA: R$ 245,83 BILHÕES
PRINCIPAL EXECUTIVO: RICARDO MUSSAA Raízen, joint venture de Shell e Cosan, é uma das líderes na produção de açúcar, etanol e bioenergia no Brasil. Com 35 unidades de produção, tem 1,3 milhão de hectares de cultivo de cana-de-açúcar e uma rede de 7.300 postos com a bandeira Shell, totalizando 4 mil clientes no Brasil, Argentina e Paraguai. Em 2022, anunciou investimentos de US$ 1,5 bilhão na construção de cinco usinas para a produção de etanol celulósico, biocombustível sustentável conhecido também como E2G, elevando seu portfólio de usinas de baixa pegada de carbono para nove unidades.
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Getty Images #3. NESTLÉ DO BRASIL
SETOR: ALIMENTOS E BEBIDAS
FUNDAÇÃO: 1866, EM VEVEY (SUÍÇA); NO BRASIL DESDE 1921
RECEITA: R$ 179,52 BILHÕES
PRINCIPAL EXECUTIVO: MARCELO MELCHIORA Nestlé instalou sua primeira fábrica no Brasil há um século em Araras (SP), para a produção do leite condensado Milkmaid, que mais tarde seria conhecido como Leite Moça. Tem 31 unidades industriais em oito estados brasileiros e emprega mais de 20 mil funcionários. Neste ano, anunciou investimentos de R$ 2,7 bilhões no Brasil até 2026 para modernizar fábricas de biscoitos e chocolates. A Nestlé tem no país o maior segmento de chocolates do grupo no mundo e vai ampliar as linhas de produção em Caçapava (SP), Marília (SP) e Vila Velha (ES).
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Getty Images #4. COSAN
SETOR: AGROENERGIA
FUNDAÇÃO: 1936, EM PIRACICABA (SP)
RECEITA: R$ 162,25 BILHÕES
PRINCIPAL EXECUTIVO: LUIS HENRIQUE CALS DE BEAUCLAIR GUIMARÃESCom origem no setor sucroalcooleiro, a Cosan nasceu no interior paulista pelas mãos dos irmãos Pedro e João Ometto, tornando-se uma produtora mundial de açúcar e álcool em 1989. Reúne atualmente um conglomerado de 22 empresas, incluindo a logística de açúcar e outros granéis sólidos destinados à exportação. Em 2022, faturou R$ 162 bilhões e ampliou sua estratégia de participação em empresas de gestão ativa de propriedades agrícolas, como a Radar, a Tellus e a Janus Brasil. O investimento reforça a aposta da Cosan no mercado imobiliário agrícola brasileiro.
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Phototreat/Guettyimages #5. MARFRIG GLOBAL FOODS
SETOR: PROTEÍNA ANIMAL
FUNDAÇÃO: 2000, EM SÃO PAULO (SP)
RECEITA: R$ 130,63 BILHÕES
PRINCIPAL EXECUTIVO: RUI MENDONÇA JÚNIORA Marfrig, líder global na produção de hambúrgueres e uma das maiores empresas de proteína bovina do mundo, passou a controlar a BRF S.A., uma das principais companhias de alimentos do planeta. A empresa, que já contava com uma plataforma de produção diversificada geograficamente, passou a apresentar também uma diversificação de proteínas com a inclusão da BRF. A combinação contábil das duas companhias fez com que a receita líquida da Marfrig alcançasse quase R$ 131 bilhões em 2022, com Ebitda de R$ 13 bilhões e mais de R$ 4 bilhões de lucro líquido.
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Getty Images #6. CARGILL AGRÍCOLA
SETOR: ALIMENTOS E BEBIDAS
FUNDAÇÃO: 1865, EM CONOVER , IOWA (EUA); NO BRASIL DESDE 1965
RECEITA: R$ 123,27 BILHÕES
PRINCIPAL EXECUTIVO: PAULO SOUSAEmpresa de origem norte-americana, a Cargill está presente em 17 estados brasileiros com unidades industriais e escritórios em quase 150 municípios, totalizando 11 mil funcionários. É também uma das poucas empresas desta lista controlada pela família fundadora e uma gigante de capital fechado, que ocupa há três anos consecutivos posições entre as primeiras colocações no ranking, posto mantido nesta edição graças ao faturamento de R$ 123 bilhões em 2022, ano em que fez o investimento recorde de R$ 1,2 bilhão em operações no Brasil.
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Getty Images #7. AMBEV
SETOR: ALIMENTOS E BEBIDAS
FUNDAÇÃO: 1999, EM SÃO PAULO (SP)
RECEITA: R$ 79,71 BILHÕES
PRINCIPAL EXECUTIVO: JEAN JEREISSATI NETOA Ambev é a sucessora da Brahma e Antarctica, duas das cervejarias mais antigas do Brasil, com forte atuação da produção ao varejo. A Fazenda Santa Helena, no Amazonas, é o maior centro de estudos sobre o guaraná do mundo, enquanto o cultivo da cevada ocorre no Paraná e no Rio Grande do Sul, com produção própria ou em parceria com cooperativas. A empresa é referência em boas práticas e inovação. Uma das iniciativas é o programa 100+ Labs Brasil, que há cinco anos incentiva e premia soluções ligadas à agricultura digital e à sustentabilidade.
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Getty Images #8. BUNGE ALIMENTOS
SETOR: ALIMENTOS E BEBIDAS
FUNDAÇÃO: 1818, EM AMSTERDÃ, NA HOLANDA; NO BRASIL DESDE 1905
RECEITA: R$ 78,75 BILHÕES
PRINCIPAL EXECUTIVO: JULIO GARROSA Bunge Alimentos é uma líder global no setor agroindustrial. Suas atividades abrangem o processamento de grãos, a produção de alimentos, ingredientes, oleaginosas, fertilizantes e bioenergia. Tem se destacado por suas iniciativas sustentáveis, promovendo a agricultura regenerativa e investindo em tecnologias avançadas. Entre as metas da empresa, destaca-se ter toda a sua cadeia de suprimentos livre de desmatamentos em 2025.
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Getty Images #9. COPERSUCAR
SETOR: AGROENERGIA
FUNDAÇÃO: 1959, EM SÃO PAULO (SP)
RECEITA: R$ 70,14 BILHÕES
PRINCIPAL EXECUTIVO: TOMÁS CAETANO MANZANOA Copersucar faturou acima de R$ 70 bilhões em 2022, ampliando sua escala com a entrada na safra de três novas usinas. É a maior cooperativa de empresas do país, com a moagem de mais de 100 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, a venda de 2 milhões de toneladas de açúcar no mercado interno e o aumento de 7,1% no volume de exportações (de 2,8 milhões para 3 milhões de toneladas). No mercado global de etanol, expandiu as operações via Eco-Energy, que movimentou 7 bilhões de litros no último ano-safra, o melhor resultado de sua história.
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PeopleImages/Guettyimages #10. BRF
SETOR: PROTEÍNA ANIMAL
FUNDAÇÃO: 2009, EM SÃO PAULO (SP)
RECEITA: R$ 53,81 BILHÕES
PRINCIPAL EXECUTIVO: MIGUEL DE SOUZA GULARTENascida da fusão de Perdigão e Sadia há 14 anos, a BRF é a maior exportadora de carne de frango do Brasil e uma das maiores empresas de alimentos do mundo, presente em 127 países, com 100 mil funcionários e mais de 30 marcas em seu portfólio. Em 2022, investiu R$ 231,8 milhões em ações socioambientais, relacionadas às mudanças climáticas, ao bem-estar animal e a projetos sociais, 18% acima do aplicado em 2021. A empresa conquistou também 100% de rastreabilidade dos fornecedores diretos e 45% dos indiretos de grãos dos biomas Amazônia e Cerrado.
#1. JBS
SETOR: PROTEÍNA ANIMAL
FUNDAÇÃO: 1953, EM ANÁPOLIS (GO)
RECEITA: R$ 374,85 BILHÕES
PRINCIPAL EXECUTIVO: GILBERTO TOMAZONI
Líder no ranking de proteína animal e maior empresa brasileira privada em faturamento, a JBS comemora 70 anos em 2023, com 270 mil funcionários em mais de 20 países e 400 unidades produtivas. Foi considerada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), via Núcleo de Economia Regional e Urbana da Universidade de São Paulo (Nereus), uma das empresas de maior impacto socioeconômico no país. Em 2022, a JBS anunciou a criação de seu Biotech Innovation Center, um investimento de R$ 300 milhões em Florianópolis.
A Lista Forbes Agro100 não teria sido possível sem a colaboração da S&P Global. Parte dos dados veio do sistema S&P Capital IQ Pro, gerido pela S&P e parte foi fornecido pelas próprias empresas. Na maioria dos casos foram considerados os resultados do ano-calendário de 2022, com exceção das empresas de agroenergia, que divulgam seus números no ano-safra da cana de açúcar, que vai de abril do ano corrente a março do ano seguinte.
*Colaboraram Carolina Rodrigues, Fábio Moitinho, Nelson Moreira e Romualdo Venâncio; edição de José Vicente Bernardo