As promessas de dinheiro voltaram a ser o centro das atenções na COP28 em Dubai nesta segunda-feira (4), quando os delegados voltaram seu foco para a enorme lacuna entre a necessidade de financiamento climático e o que está sendo oferecido.
Os Emirados Árabes Unidos, anfitriões da conferência deste ano, prometeram US$ 270 bilhões em financiamento verde até 2030 por meio de seus bancos, e vários bancos de desenvolvimento tomaram novas medidas para ampliar seus esforços de financiamento, inclusive concordando em pausar o pagamento de dívidas quando ocorrerem desastres.
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Mas os líderes da maior economia da região e o maior produtor de petróleo do mundo, a Arábia Saudita, até agora não compareceram à cúpula da ONU (Organização das Nações Unidas), em nítido contraste com sua participação na COP27 em Sharm el-Sheikh, no Egito.
A quantidade de dinheiro necessária para a transição energética, adaptação climática e alívio de desastres é enorme.
Um relatório divulgado nesta segunda-feira (4) estimou que os mercados emergentes e os países em desenvolvimento precisarão de US$ 2,4 trilhões por ano em investimentos para limitar as emissões e se adaptar aos desafios impostos pelas mudanças climáticas.
“O mundo não está no caminho certo para atingir as metas do Acordo de Paris. O motivo desse fracasso é a falta de investimentos, principalmente nos mercados emergentes e nos países em desenvolvimento fora da China”, disse o coautor Nicholas Stern, presidente do Grantham Research Institute on Climate Change and the Environment.
“O desafio central é acelerar e implementar a promoção e o financiamento desse investimento a partir de uma série de fontes.”
Os países vulneráveis que já estão sendo atingidos por desastres climáticos dispendiosos estão pedindo bilhões a mais por meio de um fundo de desastres recém-formado, embora as promessas atuais sejam de apenas US$ 700 milhões.
“A menos que tenhamos um conjunto urgente de tomadas de decisão, sofreremos o que todos os pais sofrem – expectativas empolgantes e incapacidade de cumprir”, disse a primeira-ministra de Barbados, Mia Mottley, que se tornou uma voz proeminente nas discussões globais sobre a mobilização do financiamento climático.
Outros delegados, incluindo o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediram o fim dos subsídios aos combustíveis fósseis, que atingiram um recorde de US$ 7 trilhões por ano.
França e Japão disseram que apoiarão uma iniciativa do Banco Africano de Desenvolvimento para alavancar os Direitos Especiais de Saque do FMI para o clima e o desenvolvimento.
O Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento, por sua vez, disse que incluirá cláusulas de dívida resilientes ao clima em novos acordos de empréstimo com alguns países mais pobres.
Este ano também conta com a maior representação empresarial de todos os tempos na cúpula anual da ONU sobre o clima, em meio a esperanças de mais investimentos privados para as causas climáticas.