A produção de carne de frango no Brasil em 2023 deve fechar o ano com um volume entre 14,8 milhões de toneladas e 14,9 milhões, um crescimento de 2,6% em relação a 2022. Para o próximo ano, a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) projeta uma produção de até 15,3 milhões de toneladas.
- Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
“O mercado consumidor e exportador melhoraram ao longo do ano, com inflação em queda e dólar estável”, diz Ricardo Santin, presidente da ABPA e que assumiu no dia 1 de dezembro a presidência do IPC (International Poultry Council), entidade máxima da avicultura mundial. A ABPA tem como indicadores uma inflação medida pelo IPCA de 4,49% para este ano e de 3,93% para 2024.
Santin vê com bons olhos o cenário do próximo ano como um período em que “não haverá disparos do preço do milho” e nem faltará o cereal, mesmo com a previsão de queda na produção nacional na segunda safra, por conta do atraso na colheita da soja., “Não vai faltar milho porque também haverá boas safras na Argentina e Paraguai”, diz ele.
Leia também:
- Argélia abre mercado para carne de frango do Brasil
- Oferta de carne de frango no Brasil cresce, contribuindo para excedente global
- Exportação de carne de frango do Brasil cresce 8,5% no 1º semestre
Produtores da região Sul do país costumam se abastecer nesses países. Em relação ao preço, a saca de 60 kg custa hoje R$ 66,00 ante R$ 86 em janeiro deste ano e R$ 96 em janeiro de 2022. A soja, também um componente importante na ração animal, fez o mesmo caminho. Os dois grãos representam 70% do custo da ração animal.
O Brasil, que é o maior exportador de carne de frango do mundo e responde por um terço do mercado global,, embarcou ao exterior 5,1 milhões de toneladas (dados que devem ser confirmados nas próximas semanas pela Secex, a Secretaria de Comércio Exterior), um aumento de 6,8% ante 2022.
Para 2024, a estimativa é enviar ao exterior até 5,3 milhões de toneladas, um crescimento esperado de 3,7%. Neste ano, o Brasil deverá responder por uma fatia de 37,8% do comércio mundial de carne de frango, ante 36% em 2022. Para comparação, no ano 2000 o market share do Brasil era de 19%. “Quatro, de cada 10 quilos de frango vendidos no mundo serão do Brasil”, diz Santin.
Para o mercado interno, mesmo com o aumento das exportações, a estimativa também é de aumento. A disponibilidade ao mercado interno neste ano deve ficar em 9,8 milhões de toneladas, 1% acima de 2022, e chegar a 10 milhões de toneladas em 2024. Com isso, o consumo per capita sai dos atuais 45,2 quilos de carne para até 46 quilos em 2023, com previsão de 47 quilos em 2024. O frango hoje representa o maior consumo per capita entre as proteínas animal disponíveis, incluindo as carnes bovina e suína.