A Argentina está preparada para uma “super colheita” de milho e soja, com previsões de produção que provavelmente continuarão subindo, disse um analista sênior da bolsa de grãos de Rosário à Reuters nesta terça-feira (16), indicando um grande impulso para o país produtor de grãos da América do Sul.
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Cristian Russo, chefe de estimativas agrícolas da bolsa de grãos de Rosário, disse que tanto o milho quanto a soja têm “muito boas chances” de superar as atuais previsões de colheita do órgão, de 59 milhões de toneladas e 52 milhões de toneladas, respectivamente.
“A Argentina está a caminho de uma ‘super colheita’ tanto de milho quanto de soja”, disse Russo, citando as boas chuvas que as regiões agrícolas do país vêm recebendo há meses, um alívio depois que a temporada anterior foi atingida pela seca.
“Semana após semana continuamos obtendo água”, acrescentou, dizendo que o milho tem boas chances de registrar uma colheita recorde que pode até ultrapassar 60 milhões de toneladas.
A colheita abundante é uma notícia positiva para o país que luta contra a sua pior crise econômica em décadas, com o governo tentando reconstruir os cofres públicos esgotados depois da colheita anterior ter sido atingida por uma seca histórica.
A Argentina é geralmente o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja processado – sua principal cultura comercial – e é o terceiro maior exportador de milho. No entanto, perdeu a sua coroa de soja no ano passado para o vizinho produtor Brasil, depois da sua colheita ter sido cortada pela metade pela seca.
Com o clima muito melhor este ano, impulsionado pelas fortes chuvas devido à tendência climática do El Niño, a bolsa de Rosário aumentou na semana passada sua estimativa de soja para 2023/24 em 2 milhões de toneladas.
A semeadura de milho e soja na Argentina está terminando e a maioria das plantas passa por importantes fases de crescimento com bons níveis de umidade no solo e sem calor extremo.
De acordo com o último boletim meteorológico da bolsa de Rosário, publicado nesta terça-feira, as tempestades na zona agrícola central provocaram chuvas significativas, entre 20-50 milímetros nas últimas 24 horas, e com expectativas de mais.