“Crescemos atuando no setor de alimentos com base na suinocultura e no processamento do leite. A Frimesa foi criada para ser o braço industrial e comercial de outras cinco cooperativas paranaenses e, ao que parece, depois de 45 anos, deu certo”, diz Elias José Zydek, presidente da Cooperativa Central Frimesa, com sede em Medianeira, no oeste do Paraná. Criada em 1977, a cooperativa faturou R$ 5,5 bilhões em 2022, valor 9,6% superior ao de 2021.
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Chamado de intercooperação, o arranjo reúne as cooperativas Copagril, Lar, C.Vale, Copacol e Primato, que juntas possuem 2.137 produtores de leite e 996 suinocultores. Cada uma assiste a seu cooperado até a entrega dos produtos e, daí para a frente, a Frimesa entra em cena. A Frimesa faz parte da lista de empresas e cooperativas da Forbes Agro100 2023, publicada na edição da Revista Forbes em outubro de 2023 e que pode ser acessado neste link.
Atualmente, são seis unidades industriais, com uma fatia do mercado da ordem de 7% e presença nas exportações, principalmente de processados suínos. “Queremos aumentar nossa participação fora do Brasil e estamos fazendo gestões para isso, sendo que já assinamos contratos com México, Chile, Coreia do Sul, Japão e Filipinas”, compartilha Zydek.
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O executivo diz que o cenário é otimista, pela possibilidade de abertura de novos mercados e porque há perspectiva de pelo menos uma pequena melhora na renda do brasileiro, o que impacta imediatamente o setor de alimentos. No caso de suínos, o consumo, que na época da pandemia era de 16 quilos per capita, hoje está em 19 quilos, mas em algumas regiões do sul do país ele já ultrapassa 30 quilos.
“Acreditamos que, se esse aumento do poder aquisitivo se mantiver ou subir um pouco, a carne suína passará a ter mais a preferência do consumidor, não só nos assados de fim de semana”, afirma Zydek. A Frimesa abate 12 mil suínos por dia, com um recente aumento, após a inauguração em 2022 de uma unidade industrial para elevar os abates a 15 mil leitões por dia, um investimento de R$ 3,24 bilhões.
No planejamento, a meta é crescer 77% nas carnes e 23% no leite, em faturamento. Hoje, os suínos representam 70%. “No nosso plano estratégico, temos a visão para 2030 na qual acreditamos no crescimento do consumo da carne suína”, diz Zydek. “Estamos trabalhando
para atender a essa perspectiva.”
Para o leite, ele concorda que o cenário é mais complicado, mas os lácteos devem permanecer como um segmento importante para a Frimesa, pois há um trabalho intenso das cinco cooperativas associadas nesse sentido. Em 2022, foram processados 249,4 milhões de litros de leite, o equivalente a 683 mil litros/dia. Para o setor, a ordem é mirar nos produtos de valor agregado, como os queijos (20 itens no portfólio).