Internacionalizar para crescer. Como essa receita, a RAR, uma gigante do setor agroalimentar do país, chegou a um faturamento de R$ 490 milhões em 2024, crescimento de 22% em comparação ao ano anterior. A empresa fundada por Raul Anselmo Randon na década de 1970, com sede em Vacaria (RS), é uma das principais produtoras de maçãs no Brasil, além do cultivo de trigo, milho, soja e azeite, mais pecuária leiteira e de corte. O leite é processado para lácteos, como queijos e manteiga, e na pecuária de corte a criação de gado é de raças britânicas.
-
Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
Embora o mercado interno seja importante para a empresa, boa parte do crescimento recente foi puxado por uma presença mais ostensiva nas exportações, principalmente na exportação de maçãs. “Nosso foco em diversificação de produtos e expansão de mercados, especialmente na Ásia e no Oriente Médio para frutas e na América Latina para laticínios, foi fundamental”, diz Sergio Martins Barbosa, presidente da RAR. “A internacionalização tem sido um pilar importante na nossa estratégia de negócios.”
Os maiores embarques de maçãs tiveram como destino a Índia, os Emirados Árabes e Bangladesh, contribuindo sobremaneira para os dados gerais de exportação do país. No ano passado, o Brasil exportou 36 mil toneladas da fruta por US$ 30,6 milhões (R$ 151,6 milhões na cotação atual).
Os maiores clientes dos produtores brasileiros de maçãs foram justamente a Índia (13,7 mil toneladas por US$ 11,9 milhões), Bangladesh (6,7 mil toneladas por US$ 5,3 milhões), Emirados Árabes (3,2 mil toneladas por US$ 2,9 milhões) e a União Europeia com 9 mil toneladas por US$ 7,2 milhões, destacando no bloco as vendas para o Reino Unido e Irlanda.
Leia também:
- Roberto Rodrigues: Desafios e oportunidades da fruticultura
- Brasil ainda tem mercado de US$ 700 bi para explorar no agro mundial
Nos queijos, as maiores vendas da RAR ocorreram para o Paraguai e Chile, sendo este último o maior comprador ao totalizar dois embarques. Para 2024, a RAR tem por objetivo, já adiantado no fechamento de negócios, mais dois mercados para os seus lácteos: a África do Sul e o Uruguai. A primeira fábrica de queijo tipo grana foi construída na década de 1990 pela companhia, que atualmente é dona da marca Gran Formaggio. Lembrando que neste setor o Brasil pouco exporta, embora seja grande o potencial para um país que produz na casa de 35 bilhões de litros de leite por ano.
Para 2024, a RAR mantém as expectativas em altas, prevendo um aumento na casa de 20% na receita líquida. Isso porque as parcerias estratégicas em países como Singapura e Emirados Árabes Unidos vêm se mostrando frutíferas. Mas a expansão vai além. “Nossa recente entrada em mercados exóticos, como a Ilha de Páscoa, demonstra o compromisso com a expansão global e a adaptação às demandas diversificadas do mercado internacional,” diz Barbosa.
A Ilha de Páscoa, na porção sul do Oceano Pacífico, pertence ao Chile, que é um dos 10 maiores produtores globais de frutas, como uva, kiwi, pêssego, ameixa, avelã, cereja e cranberry, além de maçã. A RAR também comercializa vinhos, espumantes, azeites e vinagres importados da Itália e da Argentina.