A safra de soja 2023/24 do Brasil foi estimada nesta terça-feira em 146,86 milhões de toneladas, recuo de 1,7% ante previsão do mês anterior, à medida que os efeitos do clima adverso ainda aparecem nos números do levantamento mensal da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
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“Desde o início da presente safra até meados de dezembro, as condições climáticas foram variáveis e desfavoráveis nas principais regiões produtoras. Essas instabilidades climáticas provocaram perdas significativas na produtividade das culturas, sobretudo na da soja”, afirmou a Conab em comunicado.
A Conab reduziu a produtividade estimada em 1,9% na comparação com o levantamento de fevereiro, a 3.251 kg/ha.
Com isso, a produção de soja do maior produtor e exportador global deverá ficar 5% abaixo da obtida na safra passada, quando houve um recorde.
A safra atual ainda será a segunda maior da história do país, após um aumento de 2,5% na área plantada ante o ciclo passado, para 45,18 milhões de hectares.
No entanto, as estimativas de exportações de soja brasileira também estão ficando mais distantes do previsto inicialmente.
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Agora a Conab projeta exportação de 92,3 milhões de toneladas, queda de mais de 9% na comparação com o volume do ano passado. Até fevereiro, a estatal previa embarques de 94,16 milhões de toneladas.
A companhia estimou o processamento interno em 52,5 milhões de toneladas, ainda com ligeira alta ante o ciclo anterior. E, no contexto de quebra de safra, elevou estimativas de importações de soja pelo Brasil de 200 mil toneladas para 800 mil toneladas, maior volume desde a temporada 2020/21.
Milho e outros
A estatal ainda revisou para baixo a projeção de colheita total de milho do Brasil 2023/24 para 112,75 milhões de toneladas, ante 113,7 milhões na projeção anterior, com cortes primeira e segunda safras.
Isso deve significar uma queda de 14,5% na comparação com o recorde da temporada anterior.
A segunda safra, a maior para o milho no Brasil, agora está estimada em 87,3 milhões de toneladas, versus 102,4 milhões na temporada passada.
Apesar da redução na estimativa, a Conab manteve a previsão de exportação de milho em 32 milhões de toneladas, contra recorde de 54,6 milhões de toneladas do ano anterior.
A previsão de safra de algodão foi elevada para um recorde de 3,56 milhões de toneladas (pluma), versus 3,3 milhões na projeção do mês anterior, o que indica alta de 12% na comparação anual.
A expectativa é que o consumo brasileiro da pluma cresça 7,35% nesta safra, chegando a 730 mil toneladas em 2024.
“Mesmo com o crescimento do consumo e das exportações, o estoque final de algodão em pluma deverá crescer 16,1% e atingir o volume de 2,55 milhões de toneladas”, destacou a Conab, considerando também exportações de cerca de 2,5 milhões de toneladas, ante 1,6 milhão na safra passada.
A Conab ainda revisou para baixo os números referentes à área, produtividade e produção da safra 2024/25 de trigo, cuja colheita começará em agosto.
A estimativa é que sejam plantados 3,26 milhão de hectares e colhidas 9,59 milhões de toneladas, versus 10,2 milhões de toneladas na previsão de fevereiro.