Os estoques de suco de laranja no mundo em 31 de dezembro de 2023 aumentaram 6,7% em relação ao volume da mesma data de 2022, mas não o suficiente para aliviar o mercado, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (7) pela associação de exportadores do Brasil, a CitrusBR.
Os volumes interromperam uma sequência de três quedas anuais, mas ficaram ainda no segundo menor nível em uma série histórica de 13 anos, segundo dados da CitrusBR.
A entidade, que reúne as principais empresas do setor (Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus Company), indicou com base em auditorias independentes estoques globais de 463.940 toneladas no final do ano passado, versus o menor nível da série em 2022 (434.943 toneladas).
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Os baixos volumes — convertidos em FCOJ Equivalente 66 brix — são resultado de quatro ciclos seguidos de safras pequenas no Brasil, maior produtor mundial, segundo a CitrusBR.
“Nas últimas quatro safras, houve uma série de problemas no campo que variaram de secas extremas a períodos de calor intenso que prejudicaram a produção”, afirmou diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, em nota.
O executivo admitiu à Reuters que o setor tem lidado com a doença greening, que ameaça a citricultura. Mas destacou que o principal causador da baixa oferta foi mesmo o clima desfavorável.
“O que machucou realmente foi o clima, os calores extremos que causaram perdas de florada”, disse Netto.
Com a finalização da colheita da safra 2023/24 no Brasil, maior produtor e exportador global de suco de laranja, os olhos do mercado se voltam para a estimativa de safra a ser divulgada pelo Fundecitrus no próximo dia 10 de maio, segundo o executivo.
“A estimativa da safra 2024/25 passa a ser o dado mais importante porque ele vai determinar como ficará a oferta de fruta e, portanto, de suco para o próximo ciclo”, ressaltou.
Os estoques globais de suco de laranja ao final de um ano já somaram mais de 1 milhão de toneladas, há cerca de dez anos. Desde 2015, têm ficado abaixo dessa marca.