Demanda internacional tem sido o principal fator de valorização do produto brasileiro, inclusive no ES
O preço do café conilon do Espírito Santo superou R$ 1 mil a saca de 60 kg pela primeira vez na história nesta quarta-feira (3), de acordo com dados do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
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O indicador de preço tem sido sustentado sobretudo da maior demanda internacional pela variedade brasileira.
“Compradores externos têm se deslocado ao Brasil, diante de problemas relacionados à safra do Vietnã, que é o maior produtor de robusta do mundo”, disse o Cepea em relatório nesta quarta-feira.
O valor do café da espécie canéfora, que inclui conilon e robusta, está em alta na esteira do mercado internacional.
Na bolsa ICE, o contrato futuro do robusta atingiu nesta quarta-feira o maior valor em pelo menos 16 anos, a 3.838 dólares por tonelada.
No Brasil, o recorde de preço real anterior da série histórica do Cepea, que tem 20 anos, havia sido marcado em novembro de 2016, a 934,81 reais a saca (valor já deflacionado), após um período de baixa oferta no Espírito Santo pela quebra de safra.
A colheita de café canéfora no Brasil está próxima de começar neste mês, iniciando-se pelos clones mais precoces.
“Ressalta-se, ainda, que, neste período de entressafra, os volumes remanescentes no mercado brasileiro são baixos, motivo que acaba limitando novos negócios”, acrescentou o centro de estudos da USP.
A colheita deve ser iniciada ainda de forma lenta, observou o Cepea.
O centro de estudos citou ainda como fatores altistas, além da baixa oferta no Vietnã e na Indonésia, os ataques de rebeldes no Mar Vermelho entre o fim de 2023 e o início de 2024, o que atrapalhou o envio do café asiático para a Europa, principalmente.
