Temperaturas recordes atingiram o noroeste e o leste da China, uma importante região produtora de grãos, durante a temporada de semeadura de milho, ameaçando reduzir a produção no segundo maior produtor e consumidor mundial do grão.
-
Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
Alguns produtores estão adiando o plantio, na expectativa de melhores condições. “Não há água”, disse Zhang Yunjing, que produz milho na província de Shandong. “Veja, as pessoas estão indo para outras vilas para buscar água. As sementes não estão brotando sem água.”
A China, que também é o primeiro importador de milho do mundo, produziu um recorde de 288,8 milhões de toneladas no ano passado e pretende cultivar mais para alcançar a segurança alimentar, mas os choques climáticos estão representando grandes desafios.
O Ministério da Agricultura alertou esta semana que a seca está afetando a semeadura e o desenvolvimento de novas culturas. Pequim alocou 443 milhões de iuanes (61,1 milhões de dólares) para trabalhos de prevenção de secas, como irrigação, replantio e adição de fertilizantes em sete províncias.
A menor produção de grãos no maior importador de cereais do mundo incentivará o aumento das compras de exportadores como o Brasil, os Estados Unidos e a Argentina, potencialmente sustentando os preços globais e a inflação de alimentos.
As sete províncias atingidas pela seca respondem por cerca de 35% da produção de milho da China, embora algumas áreas provavelmente escapem de danos graves por terem capacidade de irrigação.
Shandong plantou mais de 3,3 milhões de hectares de milho até o momento nesta temporada, leva alta ante o ano passado. Perto da capital, Jinan, os agricultores estão encontrando maneiras de mitigar a seca à medida que começam a semear o milho. Alguns produtores disseram que estão adiando o plantio para evitar o calor extenuante, mas ainda esperam uma colheita ruim este ano.
Apesar de ter adiado o plantio de milho de 5 para 20 de junho, Chen Fuling disse que suas sementes terão dificuldades para germinar devido ao solo seco. “Não teremos uma boa colheita este ano”, disse ele. Algumas plantas que brotaram estão mostrando sinais de estresse térmico.
O ministério de gerenciamento de emergências da China pediu à população das regiões atingidas pela seca, incluindo o noroeste de Shaanxi, o norte de Hebei e Shanxi, o leste de Anhui e Shandong, bem como a região central de Henan, para economizar a água.
Os analistas disseram que a seca, se prolongada, afetará as mudas recém-emergidas, mas a maior preocupação é o próximo padrão climático La Niña, que normalmente traz chuvas fortes para a região e pode prejudicar as plantações. Espera-se que o fenômeno surja no final de setembro, de acordo com o departamento de meteorologia da China. A safra de milho de verão é normalmente colhida por volta de outubro.