O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, disse nesta quarta-feira que a instituição e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) vão usar um instrumento financeiro inovador, que viabiliza a canalização de parte das reservas dos países junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) a bancos multilaterais de desenvolvimento, para apoiar a nova Aliança Global contra a Fome.
Em evento de lançamento da iniciativa de combate à fome, no Rio de Janeiro, Ilan destacou que para cada 1 dólar obtido dos países o BID poderá emprestar até 8 dólares no longo prazo. “Esses empréstimos poderiam ser dirigidos a programas sociais, incluindo a agricultura, programas de alimentação escolar e nutrição materna e infantil”, disse.
O FMI autorizou, em maio, que os países-membros repassem parte de seus Direitos Especiais de Saques (SDR) para os balanços de bancos multilaterais, que têm buscado novas fontes de recursos para atender à demanda crescente por empréstimos.
Com a aprovação do instrumento de capital híbrido SDR, proposto pelo BID e o BAD, o FMI permitiu que os SDRs emprestados aos bancos multilaterais sigam sendo contabilizados como reservas.
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Ilan, ex-presidente do Banco Central do Brasil, disse que o BID está comprometido com a erradicação da extrema pobreza até 2030. Ele afirmou que a instituição garante que mais de 50% dos seus projetos sejam focados em beneficiar os pobres, especialmente mulheres, afrodescendentes e indígenas.
A Aliança Global contra a Fome será lançada oficialmente em novembro, quando chefes de Estado se reunirão no Rio na Cúpula do G20. O evento desta quarta-feira abriu caminho para que países e instituições façam a adesão à proposta, que busca reunir conhecimento, recursos e parcerias para combater a fome.