No livro “A fantástica história de Silvio Santos”, escrito por Arlindo Silva e publicado no ano 2000, com relatos pessoais narrados pelo próprio biografado, está a versão do apresentador que faleceu neste sábado (17), sobre como ele se tornou dono de fazendas em Mato Grosso e o final dessa história.
Silvio Santos chegou a ser dono de um rebanho de cerca de 10 mil bovinos, divididos em três fazendas em Mato Grosso, a agropecuária Tamakavy, nos municípios de Alto Boa Vista e São Felix do Araguaia. No dia 8 de julho de 1972, o jornal Correio da Manhã informou que Silvio Santos havia comprado a agropecuária do Grupo Ometto-Almeida Prado, dos usineiros paulistas Orlando Ometto e Renato de Almeida Prado.
Leia também
“A transação envolve uma área de 70 mil hectares, no município mato-grossense de Barra do Garças, compreendendo as empresas Tamakavy, Tiaipe e Barra Atlântica, que agora passarão a chamar-se Baú Agropecuária S.A.”, informava o jornal o Jornal do Brasil.
Tamakavy é o nome de um córrego na região do Araguaia, muito próximo da Terra Indígena Marãiwatsédé, que até 1991 pertencia aos municípios de São Félix do Araguaia e Ribeirão Cascalheira. Naquela época, e até 1976, São Félix, por sua vez, fazia parte do município de Barra do Garças. O complexo de terras de Silvio Santos passou a se chamar Baú Agropecuária.
Na época, também, o negócio era aproveitar os incentivos fiscais do governo federal para a pecuária, que traçava uma política para tornar o Brasil um grande exportador de carne bovina.
De acordo com a biografia de Silvio Santos, ele se desfez da Tamakavy em 1989, na mesma época em que vendeu a TV Record para a Igreja Universal do Reino de Deus, comandada por Edir Macedo.
Em uma entrevista concedida à Folha em 2010, Silvio Santos dice: “Eu tinha uma fazenda que era a segunda maior do Brasil, a Tamakavi, e nunca fui lá. Nem vi no mapa”. Mas isso nunca se confirmou de fato, porque há relatos de que Silvio Santos, para não ser reconhecido, teria frequentado essas terras disfarçado.