As cooperativas de cafeicultores Cooxupé e Minasul formalizaram nesta terça-feira (24) um acordo com a startup de Cingapura ProfilePrint para ter acesso a um equipamento que usa inteligência artificial (IA) para classificar grãos de café, um projeto que promete dar mais transparência aos negócios.
Dependendo da qualidade, o preço do café verde pode variar cerca de R$ 200 reais por saca de 60 kg. Mesmo os grãos com qualidade intermediária (duros, com “xícara” mais fraca) podem custar R$ 100 reais a saca a mais do que aqueles de qualidade inferior, os chamados riados, variações essas que reforçam a importância de uma classificação assertiva.
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O uso da máquina classificadora da ProfilePrint, que tem o tamanho de um liquidificador e utiliza tecnologia de Identidade Digital de Alimentos como Serviço (IDaaS), deve auxiliar nesse processo. Mas não vai substituir os tradicionais provadores de café, aqueles profissionais treinados para certificar a qualidade do produto. Também participa do projeto o Instituto da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
“Não vai substituir o provador. O que a gente quer com a máquina é consistência no processo de classificação”, disse Nicholas Yamada, country manager da ProfilePrint, ao divulgar o acordo com as cooperativas de café arábica de Minas Gerais em evento em São Paulo.
A tecnologia IDaaS da ProfilePrint, já utilizada por tradings como Louis Dreyfus Company, Olam Agrícola e Sucafina para a classificação de café no Brasil, permite a definição da qualidade do grão e o perfil do sabor, se a bebida é mais suave, por exemplo, ao sintetizar dados moleculares complexos das amostras analisadas.
Segundo a companhia, o equipamento da ProfilePrint é capaz de detectar defeitos não visuais no produto, uma dificuldade enfrentada pela indústria alimentícia. Tais falhas, que incluem fermentação leve ou mofo em estágio inicial, podem prejudicar a qualidade e o sabor do café.
“Vai agilizar processos. O provador pode focar em produtos de maior valor agregado, a máquina tira um pouco da carga, em uma cooperativa são milhares de amostras por dia. A máquina pode fazer uma triagem”, acrescentou Yamada.
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A máquina da startup de Cingapura já está há dois anos no mercado, em mais de 60 países. Há mais de 80 unidades distribuídas em várias partes do mundo, sendo cinco em operação no Brasil. Ele disse que esse total não inclui os equipamentos que serão utilizados pelas cooperativas mineiras.
Para o executivo, com a entrada das cooperativas no processo, os produtores poderão ter mais informações em mãos para negociar com os compradores.
A ProfilePrint informou ainda que está lançando um outro equipamento que promete permitir uma expansão das análises para outros produtos alimentícios processados. O CEO e fundador da ProfilePrint, Alan Lai, disse que a tecnologia aumenta a eficiência e agiliza os processos da indústria de alimentos, tornando-os mais sustentáveis.