Quando recebi o convite para escrever o artigo para a Forbes, pensei: “claro que falarei sobre o Pantanal, mas o que falar?”. Com tantos especialistas da internet, o que falar para passar a minha verdade e credibilidade? Logo pensei no ChatGPT para ter mais ideias.
E o resultado não foi diferente dos “gurus” da internet: o ChatGPT me trouxe como a pecuária é responsável pelo fim do Pantanal. Bom, aí achei meu viés! Existem documentos que comprovam a existência do boi e da pecuária no Pantanal há mais de 300 anos. Na verdade, nas áreas alagáveis do Pantanal, a única atividade que consegue se desenvolver é a pecuária.
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Essa simbiose se mantém até hoje. Com o bioma possuindo 87,5% do seu território com cobertura natural, segundo o relatório “Uso da Terra nos Biomas Brasileiros” (2020), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), conseguimos provar que é uma interação harmônica e benéfica para o gado e o bioma. Trazendo um pouco mais de dados, dessas áreas preservadas do Pantanal, 97% estão em propriedades privadas, o que só reafirma o amor dos pantaneiros pelo Pantanal.
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Hoje, nosso desafio é transmitir esse amor em palavras e experiências para que todos se conectem ao Pantanal como nós. Mostramos essa conexão por meio de hábitos e costumes que estão entranhados no nosso dia a dia, e isso nada mais é do que cultura. Pasmem, a cultura pantaneira é riquíssima, e, como os gaúchos, lutamos para levá-la de norte a sul do país. Com tantas coisas ótimas vindas do Pantanal, por que só as ruins viram notícia?
Porque nós pantaneiros, como todos do agro, nos preocupamos mais em fazer o nosso do que em falar o óbvio. E o óbvio agora acabou tendo que virar nossa bandeira. Então seguimos levando a cultura pantaneira para todos os cantos do mundo, sem esquecer a importância do boi bombeiro do Pantanal e da nossa biodiversidade de fauna e flora.
* Tatiana Scaff é pecuarista, proprietária da
e presidente do Instituto Viva Pantanal. Formada em medicina veterinária pela Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (UNIDERP), ela também possui extensão em marketing do agronegócio pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.