A China importou 8,09 milhões de toneladas de soja em outubro, com os compradores correndo para estocar o grão antes da posse de Donald Trump no início do próximo ano, enquanto a maior nação compradora de soja do mundo caminha para alcançar o maior volume de importações anuais já registrado.
As chegadas de outubro foram as maiores para o mês em quatro anos, com um aumento de 56% em relação às 5,18 milhões de toneladas de um ano atrás, de acordo com cálculos da Reuters sobre dados alfandegários divulgados nesta quinta-feira.
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“As importações de soja de outubro foram 600 mil toneladas maiores do que nossa estimativa inicial”, disse Rosa Wang, analista da JCI, empresa de agroconsultoria sediada em Xangai.
O salto ocorre porque as margens de esmagamento em Rizhao, principal centro de processamento da China, melhoraram de uma perda de cerca de 600 iuanes (83,72 dólares) por tonelada de soja processada em agosto para uma perda de 75 iuanes (10,47 dólares).
Os exportadores dos Estados Unidos correram para enviar uma safra local recorde para a China antes da eleição presidencial norte-americana e dos temores de novas tensões comerciais, disseram traders e analistas.
“Ainda estimamos importações muito altas de soja nos próximos meses, já que os compradores chineses estão correndo” para garantir estoques antes da posse de Trump em janeiro, disse Wang.
As importações totais de soja nos primeiros 10 meses de 2024 atingiram 89,94 milhões de toneladas, um aumento de 11,2% em relação ao ano anterior e perto das importações do ano passado de 99,41 milhões de toneladas, mostraram os dados da alfândega.
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A China importou 100,31 milhões de toneladas de soja em 2020, o maior volume já registrado.
As ameaças tarifárias dos discursos de campanha do presidente eleito Trump estão levando alguns importadores chineses a evitar os embarques dos EUA a partir de janeiro, disseram traders e analistas.
Os contratos futuros de farelo de soja mais ativos da China na Bolsa de Mercadorias de Dalian subiram 3,6% depois que Trump reconquistou a Casa Branca na terça-feira com uma vitória arrebatadora.
Os futuros do farelo de colza mais ativos na Bolsa de Mercadorias de Zhengzhou saltaram 4,76%.
A pressão da China para mudar suas fontes de suprimento de soja para o Brasil desde 2018 colocou o país em uma posição melhor para impor tarifas de retaliação sobre os produtos agrícolas dos EUA, com menos danos à sua segurança alimentar, se houver atrito comercial com Washington.