Quem seriam as 10 personalidades, pensadores e lideranças que têm influenciado o agro brasileiro nos últimos 10 anos? A lista é grande, sugestiva com vários nomes, cargos, posições e atuações, como é o agro brasileiro. A Forbes Agro decidiu fazer a mesma pergunta para alguns programas de IA generativa e filtrar os que mais se repetem em buscas consecutivas e com vários modelos de prompts, que são instruções ou comandos utilizados para orientar sistemas de IA.
Programas de inteligência artificial generativa realizam pesquisas combinando técnicas de aprendizado de máquina, processamento de linguagem natural e modelos de linguagem, acessando grandes volumes de dados.
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Abaixo estão os nomes que mais apareceram nas buscas. Difícil discordar das buscas de IA, pelo que essas personalidades têm contribuído para o setor, servindo como homenagem em um ano desafiador no agro, mas que também trazem aprendizados, muitos deles inspirados por essas lideranças em suas áreas de atuação:
1. Alysson Paolinelli (in memorian)
Ele é o primeiro nome que aparece em todas as listas. Alysson Paolinelli faleceu em junho de 2023, aos 86 anos. Foi um dos responsáveis pelo que é hoje a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Foi Ministro da Agricultura entre 1974 e 1979, quando liderou um programa inovador para desenvolver o Cerrado, então região considerada inóspita para a agricultura.
Seu legado e ideias atravessaram décadas. Em 2006, recebeu o World Food Prize, considerado o “Nobel da Alimentação”, por suas contribuições à segurança alimentar mundial. Em 2021, foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz, reconhecendo seu impacto na promoção da segurança alimentar global. Paolinelli é chamado de “patrono da agricultura tropical”.
2. Gilberto Tomazoni
Assim como ocorre com Paolinelli, o nome do catarinense Gilberto Tomazoni é uma constante nas buscas pelos nomes mais relevantes do setor do agronegócio. Por um fato óbvio: ele é o CEO Global da JBS há seis anos. Tudo que ele pensa, fala ou se posiciona influencia uma das maiores agroindústrias do país, a de proteína animal, principalmente de bovinos que é a maior do mundo.
Mas não é só: com aves, suínos, peixes e plant based, atende a 330 mil clientes em 190 países. Na empresa desde 2013, Tomazoni é um profundo conhecedor desse setor. Na Sadia, por exemplo, onde começou como trainee, 27 anos depois, em 2003, chegou ao cargo de presidente. Na JBS, em 2015 se tornou presidente global de operações e em 2017 foi nomeado COO Global.
3. Roberto Rodrigues
O engenheiro agrônomo Roberto Rodrigues se tornou uma espécie de “herói de todas as causas” do agro e assumiu esse papel. Foram raros os assuntos do agro em que Rodrigues não assumiu a tarefa de reunir pensadores, traçar estratégias e se posicionar.
Rodrigues se manteve ativo como coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro) desde 2006, a despeito de cargos importantes como Ministro da Agricultura de 2003 e 2006, e presidente de importantes organismos, como a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), o Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Fiesp, e a Aliança Cooperativa Internacional (ACI). Em 2023, ele deixou o cargo na FGV e hoje é professor emérito da instituição.
4. Francisco Turra
O gaúcho Francisco Sérgio Turra é uma das figuras mais influentes do agronegócio brasileiro, especialmente no setor de proteínas animais. No cargo de presidente entre os anos de 2014 e 2021, foi fundamental na consolidação da hoje poderosa Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), ao liderar a expansão das exportações brasileiras de carnes de frango e suínos para mercados chave como China e Oriente Médio.
Turra sempre foi um expert em seu trabalho diplomático junto a governos e empresas estrangeiras. Não por acaso, continua participando de conselhos e iniciativas voltadas para o desenvolvimento do setor agroindustrial e a promoção da sustentabilidade.
5. André Pessoa
O engenheiro agrônomo André Pessoa é cofundador da Agroconsult, uma das principais consultorias agrícolas do país. Mas somente isso talvez não bastasse para a IA generativa pontuar seu nome, já que há outras importantes no setor. O que o coloca em evidência é a ousadia de criar em 2004 o Rally da Safra, a maior expedição técnica de avaliação de safras de soja e milho no Brasil.
Nos 21 anos, foram 1,9 milhão de quilômetros percorridos e 33 mil lavouras avaliadas. Ele é reconhecido por suas análises de mercado e previsões econômicas precisas, que orientam empresas e produtores no Brasil e no exterior. Não por acaso, integra conselhos de administração de companhias como a SLC Agrícola e o Grupo Otávio Lage.
6 – Antônio Jorge Camardelli
O médico veterinário Antônio Camardelli está deixando, neste mês de dezembro, a presidência da poderosa Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), entidade que reúne as principais empresas de carne bovina do país. Camardelli assumiu a entidade em 2010, mas já havia passado por ela como diretor-executivo de 2003 a 2008, período em que a carne brasileira ampliou fortemente sua presença em definitivo no mercado internacional.
O executivo sempre foi reconhecido pelo setor como um negociador capaz de articular interesses do setor privado junto a autoridades internacionais e governamentais; habilidoso em traduzir desafios complexos do setor; ter uma visão de longo prazo e compreender as demandas globais, atuando para diversificar e consolidar mercados estratégicos como China, Oriente Médio, Europa e EUA
7 – José Luiz Tejon Megido
Tejon, como é conhecido José Luiz Tejon Megido – publicitário, jornalista, escritor, professor e conferencista – é tido como uma autoridade em áreas do agro como marketing, liderança e superação pessoal. Já escreveu ou é coautor de 35 livros, incluindo best-sellers como “Guerreiros Não Nascem Prontos” e “O Poder do Incômodo”.
Nos últimos nove anos tem desempenhado um papel relevante no Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA), como mentor de um evento que reúne cerca de 3 mil mulheres e que foi precursor de vários outros de liderança feminina e formação de grupos em todo o país. Atualmente, é coordenador acadêmico do programa Master Science em Food & Agribusiness Management pela Audencia Business School, de Nantes, França, e Brasil, pela Fecap, e professor convidado em programas In Company na Fundação Getulio Vargas (FGV), Insper FIA e Fundação Dom Cabral.
8 – José Graziano da Silva
O engenheiro agrônomo José Francisco Graziano da Silva foi diretor geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) até 2019, cargo que assumiu em 2012. Ele foi o primeiro latino-americano na liderança da FAO, à frente de projetos globais para erradicar a fome, promover a agricultura sustentável e fortalecer a segurança alimentar mundial.
Também é autor de diversos livros, entre eles “Do Fome Zero ao Zero Hunger: Uma Perspectiva Global”, que relata a implementação do programa Fome Zero no Brasil e sua influência global. Após deixar a FAO, Graziano não deixou o tema. Por exemplo, hoje ele é conselheiro especial do Instituto Comida do Amanhã, um think tank brasileiro pré-finalista ao prêmio Food Planet Prize, em 2025, uma das maiores premiações globais para organizações comprometidas com a transformação dos sistemas alimentares.
9 – Marcos Jank
Marcos Jank é um especialista em agronegócio, comércio internacional e sustentabilidade. O engenheiro agrônomo, que é mestre em economia agrícola e doutor em administração, além de livre docente na USP, criou em 2019, no Insper, uma das principais instituições de ensino do país, o centro Insper Agro Global, dedicando-se à pesquisa e ensino sobre sistemas agroalimentares.
Jank é um expert em políticas públicas, estratégias empresariais e sustentabilidade no agronegócio e em cenários internacionais, especialmente na Ásia. Hoje, participa de conselhos de administração e consultivos de empresas como Rumo Logística, por exemplo, além de integrar o conselho curador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI).
10 – Marcos Fava Neves
A mais recente empreitada de Marcos Fava Neves é ser cofundador da Harven Agribusiness School, uma instituição de ensino superior especializada em agronegócio, fundada em Ribeirão Preto (SP), em parceria com o empresário Chaim Zaher, dono do Grupo SEB (Sistema Educacional Brasileiro), um complexo de 260 escolas, entre elas a prestigiada Concept.
Fava Neves é um expert em planejamento estratégico e gestão no agronegócio, e uma referência no setor. Também é professor nas Faculdades de Administração da Universidade de São Paulo (USP) e na Fundação Getulio Vargas (FGV), mantendo uma linha de educação que vai além do acadêmico por meio de uma forte presença em redes sociais. É autor e organizador de 75 livros publicados em 10 países e de mais de 200 artigos em periódicos científicos nacionais e internacionais, com mais de 5.000 citações no Google Acadêmico.