Criadores e demais produtores ligados à raça de cavalos crioulos movimentaram em 2024 um valor da ordem de R$ 400 mil, segundo a direção da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), com destaque para o crescimento em suas modalidades de animais de seleção genética. A raça crioulo tem uma importância significativa no Rio Grande do Sul, onde está concentrada a maior parte do rebanho.
As exposições morfológicas tiveram incremento de 42% no número de inscrições, enquanto as prévias morfológicas, que classificam exemplares para a Morfologia da Expointer, cresceram 93%. “Fizemos mudanças este ano, criamos as Passaportes de Primavera, incluídas no calendário de eventos pelo interior”, disse o vice-presidente de comunicação da ABCCC, Daniel Gonçalves. Ele também informou que será criado um ranking para aquelas seletivas que são organizadas exclusivamente pelos Núcleos de Criadores para que também possam levar animais até Esteio (RS) nas grandes finais.
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Quanto à movimentação de mercado, com dados do Sindicato dos Leiloeiros Rurais e Empresas de Leilão Rural do Rio Grande do Sul (Sindiler), cedidos por seu presidente, Fábio Crespo, o valor movimentado até novembro deste ano foi de R$ 110 milhões com a comercialização de quase 5 mil animais em 200 remates. “A média geral atingida pelos animais foi de R$ 22 mil. Cerca de 85% destas vendas ocorreram no Rio Grande do Sul onde está 85% da manada”, disse Gonçalves. Com os dados de comercialização e transferências de propriedade decorrente disso, somam-se valores referentes às provas.
Para o presidente da ABCCC, César Hax, a apresentação dos dados financeiros é uma prestação de contas para a sociedade. “Movimentamos ao redor de R$ 400 milhões ao ano, mas eu digo que a gente deve chegar próximo de R$ 500 milhões. Se computarmos que 85% desse valor está dentro do Rio Grande do Sul, porque 85% da manada e entre 80% 85% dos eventos da raça estão no Estado, tenho certeza de que a raça crioula passa a frequentar o terço superior de toda e qualquer indústria gaúcha. Então, essa é a grande devolutiva que nós, como associação, como raça, entregamos à sociedade de uma forma geral”, disse ele.
Hax ainda fez referência aos empregos e à renda que os ciclos de provas movimentam. “Se a gente for para a nossa segunda casa, que é o Parque de Esteio, e pegarmos a primeira classificatória, em maio, que é o Bocal de Ouro, o segundo evento em importância para a raça, teríamos um evento a cada 20 dias até a grande final em Esteio”, afirmou. Segundo ele, cada prova movimenta, no mínimo, 350 animais, e, em determinados momentos do ciclo, ocorrem a cada 15 dias. “Tenho certeza que cumprimos o nosso papel social dentro do Parque de Exposições Assis Brasil. E se considerarmos que todo e qualquer investimento que lá tenha, um evento particular que não tem subsídio nenhum de Estado, podemos ter a certeza que estamos contribuindo como entidade para com a nossa sociedade.”
Também foi apresentado um projeto da gestão de marketing que poderá contribuir de forma cultural com a comunidade de Esteio, por meio da busca por patrocínios via Lei de Incentivo à Cultura. Estão sendo planejadas ações em que as escolas municipais da cidade serão inseridas no contexto do Cavalo Crioulo para que as crianças possam conhecer a raça e a cultura gaúcha por intermédio do Freio de Ouro, hoje Patrimônio Cultural Brasileiro.
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