O escritório agrícola FranceAgriMer reduziu nesta quarta-feira (18) sua previsão para as exportações francesas de trigo “soft” francês para fora da União Europeia nesta temporada para o nível mais baixo desde o início do século, refletindo a menor demanda do norte da África e da China.
Esperava-se que uma safra ruim, com os menores volumes desde a década de 1980 e uma qualidade mista de grãos, reduzisse as exportações francesas de trigo em 2024/25, mas elas foram ainda mais sufocadas pela forte concorrência da Rússia e por uma pausa nas importações chinesas.
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Em uma perspectiva mensal de oferta e demanda, o escritório reduziu sua previsão para os embarques franceses de trigo para fora do bloco para 3,5 milhões de toneladas métricas, de 3,9 milhões anteriormente, agora 66% abaixo do nível da última temporada.
Esse também seria o menor valor nos dados da FranceAgriMer desde a temporada 2000/01, abaixo da mínima atual de 3,8 milhões de toneladas de 2003/04, disse Habasse Diagouraga, analista de cereais do escritório, aos repórteres.
Diante da concorrência russa na Argélia e no Marrocos, bem como da falta de demanda chinesa, a França estava confiando mais nos mercados da África subsaariana, que absorvem volumes menores, disse Diagouraga.
A FranceAgriMer também elevou sua projeção de embarques de trigo soft francês na UE nesta temporada para 6,16 milhões de toneladas, ante 5,9 milhões previstos em novembro, agora 2% abaixo do volume de 2023/24.
As revisões das exportações levaram a FranceAgriMer a aumentar sua previsão de estoques de trigo no final da temporada para 2,87 milhões de toneladas, contra 2,78 milhões previstos no mês passado, ainda 10% abaixo do nível da temporada passada.
Para o milho, o escritório levou em conta um aumento na estimativa de produção do Ministério da Agricultura da França nesta semana, ao mesmo tempo em que reduziu suas expectativas para as exportações francesas dentro e fora da UE.
Isso levou o escritório a elevar sua perspectiva para os estoques franceses de milho no final de 2024/25 para 2,68 milhões de toneladas, ante 2,36 milhões em novembro. A previsão de aumento dos estoques ficou 34% acima do nível da última temporada e seria um recorde de 10 anos, informou o escritório.