A Cooabriel, maior cooperativa de café conilon do Brasil, triplicou seu resultado líquido anual para cerca de R$ 72 milhões em 2024, como impulso de maiores preços do produto em meio a uma redução da oferta, segundo resultados aprovados pelos cooperados nesta sexta-feira (21).
A receita bruta operacional foi a maior já registrada nos 61 anos de atuação da Cooabriel, somando R$ 2,57 bilhões, alta de 44% em relação a 2023.
A cooperativa com sede no Espírito Santo, maior Estado produtor de café canéfora conilon do Brasil, com atuação também na Bahia, registrou por outro lado uma queda de cerca de 23% no recebimento, para 1,24 milhão de sacas de 60 kg.
Os preços do café canéfora bateram recordes desde o ano passado na bolsa de Londres com uma menor oferta do Vietnã e da Indonésia, importantes produtores da variedade robusta.
Isso permitiu que o Brasil exportasse volumes recordes em 2024 apesar de uma redução na safra do conilon do Espírito Santo de 3% em relação ao 2023, para 9,8 milhões de sacas, segundo dados da estatal Conab.
Essa conjuntura foi desafiadora para a Cooabriel, mas os resultados demonstraram “o crescimento sólido e contínuo” da cooperativa, afirmou seu presidente Luiz Carlos Bastianello.
“Investimos em infraestrutura, tecnologia e no aprimoramento de processos, com foco na excelência da gestão. Todas essas iniciativas têm o objetivo de ampliar nossa prestação de serviços e demonstram o compromisso da instituição com o agronegócio”, afirmou Bastianello, em nota.
Somando mercado interno e externo, a cooperativa comercializou mais de 1,7 milhão de sacas de conilon em 2024, volume cerca de 37% superior ao total recebido no mesmo ano.
Para garantir eficiência operacional, a Cooabriel investiu em logística e silos no Espírito Santo e na Bahia, elevando a capacidade de armazenagem estática da cooperativa para 2,3 milhões de sacas de café, segundo um comunicado oficial.
Para 2025, a Cooabriel afirmou por meio de sua assessoria de imprensa que as perspectivas são “positivas”.
Há expectativa de um crescimento da safra de canéforas no Brasil, diferentemente de arábica, que tende a cair, segundo expectativa do mercado e do governo.
A cooperativa não divulgou uma previsão para os recebimentos em 2025.
Na véspera, dirigentes da Cooxupé — maior cooperativa do Brasil, que trabalha apenas com grãos arábica — afirmaram que a seca e as temperaturas elevadas em fevereiro e início de março afetaram as lavouras de seus cooperados, com impacto na safra 2025 e também em 2026, mas é difícil mensurar perdas no momento.
