
A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) fechou 2024 com faturamento de R$ 10,7 bilhões, uma alta de 67% em comparação ao resultado do ano anterior. Os números foram divulgados durante apresentação do balanço do ano nesta sexta-feira (28).
“Os resultados foram extraordinários, dado a história da cooperativa e ao ano que se passou, com adversidades climáticas e logísticas”, disse Carlos Augusto Rodrigues de Melo, presidente da entidade.
Do montante, a Cooxupé alcançou resultados líquidos na ordem de R$ 394,4 milhões e anunciou a distribuição de R$ 134,4 milhões para os cooperados, valor referente às sobras. Segundo a cooperativa, esse é o maior desempenho da sua história. No ano passado, a cooperativa recebeu 6,1 milhões de sacas, sendo 4,9 mi dos cooperados e 1,2 milhão de terceiros.
Em 2024, a Cooxupé embarcou para os mercados interno e externo 6,6 milhões de sacas de café, um crescimento de 46% ante 2023. Deste volume, 5 milhões de sacas foram destinadas às exportações, 41% a mais do que o registrado em 2023, e as demais para o próprio mercado brasileiro e clientes exportadores. Segundo de Melo, o volume dos embarques foram superiores ao que foi recebido em função dos estoques remanescentes.
As exportações representam 80% das atividades da Cooxupé, que atualmente envia café para mais de 50 países, dentre eles Estados Unidos, Alemanha, Bélgica, China, Argentina, Canadá, Japão e Suécia.
Apesar das tarifas de Trump aos produtos brasileiros, incluindo o café, de Melo acredita que elas não devem afetar os embarques do grão. “O mercado deve continuar normal, independente de legislação ou de mercado. Não haverá interrupção”.
Osvaldo Bachião, vice-presidente da entidade, acrescenta que restringir a entrada do café brasileiro no país custará mais caro para os EUA. “Para cada dólar de café que entra, são gerados outros 43 dólares dentro da economia interna. Não acho nem um pouco inteligente interromper a entrada de um produto que eles não produzem”, explica.
Para o ano vigente, de Melo se mantém preocupado com a logística e os custos de produção, mas espera que os números sejam semelhantes aos de 2024. “O clima deve ser semelhante a 2024, então a safra também pode ser um pouco maior. Se a nossa expectativa de produção e recebimento se atender, o faturamento também deve ser um pouco maior”, diz.
A Cooxupé espera receber 6,1 milhões de sacas de 60 kg de café em 2025, ante 5,6 milhões de sacas na previsão de fevereiro. Se confirmado, o volume ficaria praticamente estável na comparação com o total de 2024.