
A Louis Dreyfus divulgou nesta quarta-feira (19) uma queda no lucro anual, sendo a mais recente trading global de produtos agrícolas a reportar ganhos menores em função de preços mais baixos e oferta ampla.
A LDC, que tem entre suas concorrentes ADM, Bunge e Cargill, disse em relatório de resultados que seu lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização atingiu US$ 1,8 bilhão (R$ 10,7 bilhões na cotação atual) no ano passado, contra US$ 2,2 bilhões (R$ 12,6 bilhões) em 2023.
As vendas líquidas ficaram estáveis em US$ 50,6 bilhões (R$ 288,3 bilhões), apoiadas por um aumento de 17,4% nos volumes. A LDC citou um desempenho resiliente “apesar dos novos e contínuos desafios geopolíticos e relacionados ao clima ao longo do ano”.
Os preços globais do milho, trigo e soja no ano passado caíram para o nível mais baixo desde 2020, em meio ao aumento da oferta e sinais de desaceleração da demanda da China, uma reviravolta em relação aos altos preços após a invasão em larga escala da Rússia na Ucrânia em 2022.
ADM e Bunge divulgaram lucros menores no quarto trimestre, citando as fracas margens de esmagamento de sementes oleaginosas e a incerteza sobre a política de biocombustíveis dos EUA.
As tradings também enfrentam dificuldades no comércio internacional, à medida que o presidente dos EUA, Donald Trump, tem usado tarifas como uma ferramenta econômica e diplomática.
A LDC, que lida com produtos agrícolas, do açúcar ao algodão, mudou parcialmente o foco dos negócios para a ponta do consumidor na cadeia alimentar, com o objetivo de reduzir a dependência da comercialização de commodities.
No ano passado, a companhia comprou uma unidade de ingredientes da fabricante de produtos químicos Basf, lançou uma marca de sucos e criou uma unidade de leguminosas.
O grupo disse que aumentou drasticamente as despesas de capital no ano passado para US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões), de US$ 636 milhões (R$ 3,6 bilhões) em 2023.