
Os preços mundiais do café robusta subiram nesta segunda-feira (14), depois que as exclusões dos Estados Unidos de algumas tarifas permitiram que os investidores voltassem sua atenção para as preocupações com a queda na oferta do ingrediente do café instantâneo.
Dados da semana passada mostraram que as exportações de robusta do Brasil, o segundo maior exportador mundial do grão, caíram cerca de 84% em março em relação ao ano anterior. Enquanto isso, os estoques certificados nos armazéns da bolsa ICE estão em mínimas de um mês e meio.
O comércio está esperando uma produção brasileira menor este ano devido à seca prolongada do ano passado, o “ano de baixa” em seu ciclo de produção bienal e as chuvas decepcionantes dos últimos meses”, disse a corretora ADMISI.
Os futuros do café robusta fecharam em alta de US$ 190 (R$ 1,11 mil na cotação atual), ou 3,8%, a US$ 5.239 (R$ 30,6 mil) por tonelada na bolsa ICE, que serve como referência global de preços, tendo perdido 1,5% na semana passada.
Os futuros do café arábica, usado principalmente em misturas de torrefação e moagem mais caras, subiram 1,4%, para US$ 3,585 (R$ 20,9) por libra-peso, tendo perdido 2,7% na semana passada.
A consultoria Safras & Mercado disse que os agricultores brasileiros venderam 95% da safra de café de 2024/25, acima da média de cinco anos de 90%.
Mas as vendas estão mais lentas para a nova safra, em meio à incerteza sobre a produção. Os agricultores venderam 14% do café de 2025/26 contra 25% da média de longo prazo para o período, disse a Safras.
Na sexta-feira (11), o presidente dos EUA, Donald Trump, concedeu exclusões de tarifas elevadas sobre smartphones, computadores e alguns outros produtos eletrônicos importados em grande parte da China, mas alertou no domingo (13) que as taxas ainda eram prováveis.
Os investidores continuam preocupados com o fato de que uma guerra comercial possa enfraquecer o crescimento econômico global e prejudicar a demanda por bens de consumo, mas os principais índices de ações da Europa e da Ásia, no entanto, se recuperaram nesta segunda-feira (14), graças ao breve alívio.
Em outras commodities leves negociadas, os futuros do cacau em Londres fecharam em queda de 234 libras, ou 3,8%, para 5.973 libras por tonelada, tendo perdido 3% na semana passada, enquanto o cacau em Nova York caiu 3,3% para US$ 8.159 (R$ 4,7 mil) a tonelada, tendo perdido 1% na semana passada.
Os investidores do cacau continuam a temer uma queda na demanda pelo ingrediente do chocolate, graças aos preços historicamente altos.
O açúcar bruto caiu 0,13 centavos de dólar, ou 0,7%, a 17,87 centavos de dólar por libra-peso, tendo atingido uma baixa de dois meses e meio mais cedo, enquanto o açúcar branco subiu 0,8%, a US$ 527,40 (R$ 3 mil) por tonelada.