
O mercado de fertilizantes especiais encerrou 2024 com faturamento atingiu R$ 26,9 bilhões, um crescimento de 18,9% em relação a 2023, segundo relatório de inteligência de mercado da Associação Brasileira de Tecnologia em Nutrição Vegetal (Abisolo), entidade que representa fabricantes e importadores de fertilizantes minerais especiais, orgânicos, biofertilizantes, insumos de base biológica, entre outros.
“A partir de setembro, com maior clareza no cenário agrícola, os agricultores formalizaram a compra dos insumos que faltavam para o manejo da safra,” diz Clorialdo Roberto Levrero, presidente do conselho deliberativo da Abisolo. Para ele, em 2024, os produtores postergaram ao máximo as decisões de compra de insumos, mantendo as vendas relativamente estáveis até meados do ano.
Levrero acrescenta que a indústria se mobilizou para superar gargalos logísticos e conseguiu atender prontamente à demanda, demonstrando mais uma vez a compreensão dos produtores sobre a importância dos fertilizantes especiais para uma agricultura de alta performance.
Ao analisar o crescimento do setor, o executivo destacou a importância dos investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação, que, na última década, representaram uma média de cerca de 2,8% do faturamento do setor.
O Anuário da Abisolo também apontou tendências no desempenho por tipo de produto. O segmento de fertilizantes organominerais e orgânicos apresentaram contração. O primeiro teve uma queda de 19,7% no faturamento em 2024, comparado a 2023, e o segundo, de 44%. Os biofertilizantes tiveram alta de 1,4% e os fertilizantes minerais especiais registraram crescimento de 30,7%.
Quanto ao desempenho por modo de aplicação, os fertilizantes especiais destinados à aplicação via sementes se destacaram, com uma alta de 49,6%, bem como aqueles via fertirrigação/hidroponia (+36,1%) e de aplicação foliar (+23,2%). Este último segmento, de maior relevância econômica dentro do setor, também apresentou forte alta no ano. Os produtos voltados à aplicação via solo registraram um crescimento menor.
O relatório também mostrou que Minas Gerais manteve-se como o maior mercado consumidor de fertilizantes especiais, embora com leve redução em relação a 2023. São Paulo e Mato Grosso aparecem na sequência. Goiás, Espírito Santo, Paraná e Rio Grande do Sul apresentaram um aumento de participação no comparativo 2024/2023, enquanto Bahia e Mato Grosso do Sul registraram participações ligeiramente menores que no ano anterior.
Com relação a vendas por cultura, a soja permaneceu como a principal demandante de fertilizantes especiais, embora com participação menor que no ano anterior, enquanto a cana-de-açúcar e as frutas ampliaram o uso desses insumos. O grupo de hortaliças registrou uma redução.