O grupo de commodities agrícolas Cargill recebeu autorização do órgão brasileiro de defesa da concorrência para operação que envolve celebração de acordo de investimento com uma empresa de software “ambientalmente correto” com o objetivo de reduzir emissões de CO2 e otimizar embarques transoceânicos.
A transação, com uma controlada da Maersk Tankers (MT), foi aprovada sem restrições pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), de acordo com despacho do órgão no Diário Oficial da União hoje (5).
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A Zero North, empresa de software criada pela Maersk Tankers a partir de uma cisão, é responsável pela plataforma “Optimze”, para otimização de consumo de combustível e aumento de eficiência operacional visando redução de custos e de emissões de carbono, segundo informações apresentadas ao Cade.
O acordo envolve a compra, pela Cargill International, de 19,5% do capital social da Zero North, apontou o órgão estatal em parecer sobre a transação. Os valores envolvidos não foram abertos.
“O pretendido negócio representa para a Cargill uma oportunidade de investimento em um software ecologicamente correto para reduzir as emissões de CO2 e otimizar remessas transoceânicas. Isto se alinha à política da empresa, que busca constantemente implementar, de forma ativa, mudanças para atingir a meta de redução de carbono da International Maritime Organization (IMO)”, descreveu o Cade.
Por outro lado, acrescentou, a operação permite à Maersk Tankers e sua controlada compartilhar riscos e ainda se aliar à experiência da Cargill em fretes e comércio.
O software na mira da Cargill, antes conhecido como “SimBunker”, é uma plataforma integrada com base em modelo de “software como serviço” para operadores e proprietários de embarcações transoceânicas.
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“A plataforma oferece um sistema de monitoramento que, com base em diferentes fatores, tais como clima, desempenho da embarcação, etc., mantém o operador informado quanto à velocidade ideal a ser desenvolvida, visando uma otimização do consumo de combustível, com o objetivo de ampliar a eficiência operacional, diminuindo custos e reduzindo as emissões de CO2”, explica o Cade em seu parecer.
Ao avaliar a operação, o Cade destacou que, pelo acordo de investimentos, a Cargill teria acesso não-exclusivo ao software, enquanto outras 15 empresas oferecem aplicativos rivais, o que faz com que o negócio não preocupe em termos de impacto sobre a concorrência. (Com Reuters)
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