A principal autoridade do clima da UE (União Europeia) disse hoje (14) ao Brasil que o compromisso climático atualizado do país envia um sinal ruim, por determinar apenas o ano de 2060 como prazo para zerar as emissões de carbono.
Como a maior parte do mundo, no final do ano passado o Brasil enviou um compromisso atualizado alinhado ao Acordo de Paris contra a mudança climática, conhecido como NDC (Contribuição Determinada Nacionalment), mas o país praticamente manteve suas metas anteriores, acrescentando o compromisso de emissões zero até 2060.
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A UE e os Estados Unidos se comprometeram a eliminar as emissões de todos os gases de efeito estufa até 2050.
“A incapacidade de elevar a ambição no NDC atualizado apresentado pelo Brasil em dezembro de 2020 é uma oportunidade desperdiçada e envia um sinal ruim”, disse hoje o comissário climático da UE, Virginijus Sinkevičius, a autoridades brasileiras de alto escalão.
“A UE e a comunidade internacional estão esperando que o Brasil mostre um nível de ambição muito maior”, disse Sinkevičius, acrescentando que o compromisso deveria ficar o mais próximo possível de 2050.
O ministro das relações exteriores do Brasil, Carlos França, defendeu o compromisso atualizado do país, dizendo que afirma o comprometimento do país com o Acordo de Paris.
França disse que países desenvolvidos foram incapazes de cumprir suas promessas de proporcionar o financiamento que nações em desenvolvimento necessitam para ser mais ambiciosas, o que inclui um compromisso de mobilizar US$ 100 bilhões anuais para custear as ações climáticas de países em desenvolvimento.
“Infelizmente, os esforços de países em desenvolvimento para se adaptarem à mudança climática e mitigar suas emissões não foram acompanhados por um apoio financeiro internacional constante”, afirmou.
Sinkevičius também disse que o desmatamento precisa diminuir acentuadamente para o Brasil cumprir suas metas climáticas, acrescentando que a UE não se acanhará de empreender esforços para eliminar a degradação florestal de suas cadeias de suprimento.
A Comissão Europeia deve propor uma legislação até o verão local para combater produtos ligados ao desmatamento vendidos na Europa.
As importações para a UE foram responsáveis por 16% do desmatamento tropical mundial, o que só a deixou atrás da China com base em dados de 2017, disse hoje o grupo ativista WWF em relatório. (Com Reuters)
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