Após as recentes discussões da cúpula do clima, convocada por Joe Biden, e alinhada com a iniciativa ODS (Objetivo de Desenvolvimento Sustentável) da ONU, a ABES (Associação Brasileira de Empresas de Software) se mobilizou para incentivar o descarte apropriado de equipamentos de TI e reduzir o impacto ao meio ambiente.
A campanha, denominada “Mobilização para a Redução da Desigualdade”, busca apoiar projetos de inclusão social que promovam a capacitação na área digital, por meio de recursos obtidos pela reciclagem de equipamentos de TI descartados pelas empresas.
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A ABES tem como parceiros na iniciativa o ReUrbi e o Observatório do Terceiro Setor. Juntas, as organizações querem chegar às empresas brasileiras que possuem equipamentos de TI a descartar e tenham interesse em participar deste movimento de impacto positivo no meio ambiente, atendendo as práticas de ESG (ambiental, social e governança, da sigla em inglês).
“A mobilização vem para assegurar de forma gratuita, simples e fácil às empresas, independentemente do seu porte, a aderirem às melhores práticas de governança socioambiental, alinhadas ao Pacto Global da ONU. Além de oferecer uma finalidade adequada para os produtos em desuso e proteger o meio ambiente, as empresas participantes contribuirão para a inclusão e qualificação sociodigital”, explica Rodolfo Fücher, presidente da ABES.
As companhias participantes terão benefícios que incluem isenção dos custos de logística, recebimento da documentação legal dos descartes e RIA (Relatório de Impacto Socioambiental) com as informações de impacto ambiental, econômico e social para uso em seus Relatórios de Sustentabilidade e Responsabilidade Social.
Atualmente, estima-se que o Brasil gere mais de 2 milhões de toneladas de resíduos eletrônicos por ano – dos quais 10% são provenientes do setor de tecnologia, ou seja, 210 mil toneladas. Essa quantidade é suficiente para causar um impacto ao meio ambiente de 400 mil toneladas de gases de efeito estufa, semelhante ao que produz por ano uma cidade de mais de 530 mil, como Florianópolis.
A reciclagem não apenas ajudaria o meio ambiente, como também traria grandes benefícios econômicos: em média 30% dos equipamentos descartados teriam condições de serem recondicionados e reinseridos na economia e os outros 70% seriam reciclados. Nas condições atuais do Brasil, esse processo poderia gerar uma receita anual superior a R$ 162 milhões, de acordo com a associação.
Segundo dados da ABES, por meio do descarte correto das empresas do setor privado, em até três anos seriam geradas 6.278 toneladas de equipamentos de TI obsoletos destinados à reciclagem e/ou ao recondicionamento. Isso equivale a 11 milhões de toneladas de gases de efeito estufa e 74 mil toneladas de metais tóxicos que deixariam de ser emitidos.
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“Por meio do processo de Logística Reversa e reciclagem dos equipamentos eletrônicos em desuso, a ReUrbi já evitou a emissão de mais de 2 milhões de kg de gases de efeito estufa e mais de 15.330 kg de metais tóxicos. Essa importante parceria entre a ABES, Observatório do Terceiro Setor, ReUrbi e Weber Shandwick possibilitará o aumento desses resultados tão importantes para o meio ambiente e o acesso à tecnologia ao incentivar o crescimento dos mais de 80 projetos de inclusão sociodigital já atendidos por nossa empresa”, finaliza Ronaldo Stabile, CEO da ReUrbi.
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