A BASE Energia Sustentável firmou parceria com a Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, para colocar em ação o recém-lançado projeto Energia Verde no Xingu. O objetivo da iniciativa é abastecer as aldeias indígenas da Volta Grande do Rio Xingu, no Pará, com energia solar, substituindo geradores de energia elétrica a diesel por sistema fotovoltaicos flutuantes nos rios e igarapés da floresta amazônica. A BASE ficará encarregada da implantação e desenvolvimento do sistema autônomo.
“Prover energia elétrica em comunidades muito dispersas na região amazônica apresenta vários desafios, incluindo a logística, porque é necessário percorrer longas distâncias para levar o combustível fóssil aos locais, o que, nem sempre, atende de forma eficiente à população”, explica Demóstenes Barbosa da Silva, presidente da BASE Energia Sustentável. Segundo ele, os impactos ambientais relacionados à manipulação e ao transporte desse combustível, como a contaminação do solo e a emissão de gases de efeito estufa, poderão ser evitados com uma solução sustentável, capaz de promover mais qualidade de vida para os moradores locais.
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A empresa desenvolveu um sistema para captar energia solar, por meio de 124 painéis fotovoltaicos flutuantes de 405 watts (W) cada, gerando energia elétrica necessária para atender uma aldeia ou comunidade ribeirinha de médio porte, com capacidade de 50,22 quilowatts pico, ao mesmo tempo em que permite seu armazenamento e utilização noturna através de baterias de lítio. “O projeto foi concebido para permitir que, em locais preservados onde é importante que se evite qualquer dano à floresta, a energia seja gerada pela planta fotovoltaica flutuante, minimizando riscos ou impactos ambientais”, afirma Silva.
Além de garantir o suprimento de eletricidade por até 48 horas sem incidência de irradiação solar, o projeto conta com sistema para monitoramento e comando remoto, incluindo comunicação e acesso à internet via satélite. A unidade está instalada no Sistema de Transposição de Embarcações (STE) da usina hidrelétrica Pimental, que integra o complexo Belo Monte, na margem direita do Rio Xingu, com container posicionado em solo e módulos solares fotovoltaicos instalados em estruturas flutuantes. O sistema autônomo pode ser aplicado em locais remotos onde não há interligação com o SIN (Sistema Interligado Nacional) e também pode ser usado por outros países que possuem desafios similares ao Brasil, como por exemplo, do continente africano, asiático e na América Latina.
“É uma inovação que visa contribuir com o desenvolvimento social regional, mostrando que é possível melhorar a qualidade de vida de comunidades locais na Amazônia ou de outras regiões carentes em energia”, diz o presidente da BASE.
A unidade piloto ainda está em testes mas, brevemente será replicada em diversas localidades na região da Volta Grande do Xingu. O objetivo imediato é beneficiar mais de 400 indígenas de seis aldeias da região, com energia limpa e sustentável.
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