Uma em cada quatro mulheres brasileiras acima de 16 anos afirma ter sofrido algum tipo de violência nos últimos 12 meses, de acordo com uma pesquisa do Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgada em junho deste ano. O levantamento revela que, em média, oito mulheres foram agredidas fisicamente por minuto no país. Os números mostram que a ocorrência de violência doméstica, que já era alta, cresceu ainda mais com as medidas de isolamento social impostas pela pandemia.
O problema é global: um levantamento da OMS (Organização Mundial da Saúde) publicado em março de 2021 indica que um terço das mulheres em todo o mundo – o equivalente a 736 milhões – sofrem violência física ou sexual ao longo da vida. Do total, 641 milhões são agredidas e violentadas pelo próprio marido, namorado ou companheiro. O relatório não considera dados da pandemia e, por isso, a entidade considera que os números sejam ainda maiores.
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Em paralelo ao aumento de casos de violência durante a crise sanitária, o isolamento trouxe também uma maior dificuldade de acesso às redes de atendimento e canais de denúncia. O número de registros de violência doméstica feitos nas delegacias caiu 9,9% no primeiro semestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo a 14ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Os desafios para a denúncia são muitos: englobam desde a presença constante do agressor em casa até a falta de informações sobre como proceder diante da agressão.
Nesse contexto, a tecnologia pode ser uma forte aliada, por meio de ferramentas inteligentes que oferecem orientações, acolhimento, conscientização e canais de denúncia para vítimas em todo o Brasil. A seguir, listamos 5 plataformas digitais criadas para ajudar mulheres vítimas de violência doméstica:
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Reprodução/Isa.bot Isa.bot
No início da pandemia, a Think Olga, ONG criada em 2013 para gerar impacto positivo na vida das mulheres por meio de soluções inovadoras, desenvolveu o Isa.bot, um robô que oferece orientações gratuitas sobre o que fazer em casos de violência doméstica ou online.
A ferramenta pode ser acessada pelo inbox do Facebook ou pelo assistente de voz do Google e apresenta conteúdos para ajudar a vítima a se proteger e sobre como construir um mundo mais seguro para todas as mulheres. São oferecidas informações específicas para situações de compartilhamento não consensual de imagens íntimas, assédio e sextorção (chantagem sexual em troca da não exposição de fotos ou vídeos íntimos), entre outras.
Há, ainda, a opção “modo ativista”, direcionada a jornalistas, ativistas, militantes e lideranças comunitárias que são alvo constante de ataques por conta de suas atuações. Neste caso, as usuárias colocam uma palavra-chave secreta para acessar informações adicionais de proteção e acolhimento.
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Reprodução/Justiceiras Justiceiras
Lançado durante a pandemia, o projeto tem como objetivo suprir a necessidade de canais e sistemas alternativos para combater e prevenir a violência de gênero. A iniciativa reúne mulheres voluntárias nas áreas do direito, psicologia e assistência social que acolhem, apoiam e oferecem orientação técnica a distância, por meio do atendimento virtual e gratuito.
Para receber atendimento, as mulheres devem preencher um formulário – com dados mantidos sempre em sigilo – para que o grupo indique a voluntária ideal para cada caso. As especialistas entram em contato diretamente via WhatsApp.
Podem se cadastrar na plataforma as próprias vítimas de violência ou, ainda, qualquer pessoa que conheça uma mulher em risco. Também é possível fazer uma denúncia anônima, para aquelas que não querem ou não podem se identificar. O projeto já atendeu mais de 6.000 vítimas graças ao trabalho de 7.000 voluntárias cadastradas.
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Reprodução/Google Play PenhaS
O aplicativo busca facilitar todas as fases de enfrentamento à violência contra a mulher, desde a conscientização até a rede de apoio e pedido de ajuda. Para isso, a plataforma reúne informações e notícias sobre os direitos das mulheres e um mapa com delegacias e serviços públicos de atendimento às vítimas em todo o Brasil.
A utilização da ferramenta não se restringe às vítimas: depois de passar por uma checagem do CPF e do número de celular para evitar perfis falsos e abusivos, os usuários podem interagir entre si no feed, para fortalecer o acolhimento e o número de aliados. A usuária que se identificar como vítima tem o anonimato garantido e pode escolher com quem deseja conversar.
Além disso, o app conta com um botão de pânico, por meio do qual as vítimas podem escolher até cinco pessoas de confiança para acionar em caso de urgência e, no momento exato da violência, é possível ativar uma gravação de áudio que capta o som ambiente, criando a oportunidade de produzir provas para a justiça. A plataforma é gratuita e está disponível no Google Play e na App Store.
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Reprodução/Google Play Todas por Uma
Disponível gratuitamente na Play Store, este aplicativo permite que os usuários de todo o Brasil cadastrem o número de telefone de um anjo – uma pessoa de confiança que receberá pedidos de socorro via SMS para ajudar a vítima no momento de risco.
Além de enviar os avisos com sua localização em tempo real, a mulher pode fazer uma ocorrência dentro da própria plataforma, marcando a data e os locais onde foi assediada ou agredida. Com isso, o app mapeia os lugares perigosos em cada região, alertando as próximas pessoas que passarem pelo local.
O app soma mais de 20 mil downloads em todo o mundo e está presente nos Estados Unidos, Colômbia, Alemanha e Chile, além do Brasil. A expectativa é que, em breve, a ferramenta seja lançada também para iOS.
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Reprodução/Mapa do acolhimento Mapa do Acolhimento
A iniciativa surgiu em 2016 para conectar mulheres cis e trans que sofreram algum tipo de violência e não podem arcar financeiramente com os serviços de apoio a uma rede de psicólogas e advogadas dispostas a ajudá-las de forma gratuita. A plataforma checa os dados e a localização cadastrados no sistema e faz um match com a especialista mais próxima.
Depois, as mulheres podem entrar em contato com as voluntárias e marcar um atendimento, oferecido para maiores de 18 anos em todo o Brasil. Caso não haja uma especialista por perto, a ferramenta envia o contato de serviços públicos de enfrentamento à violência da região. Os estabelecimentos são computados em um mapa online via web e podem ser acessados gratuitamente no site do projeto.
Segundo a plataforma, desde o isolamento social estão sendo enviados mais de 20 pedidos de ajuda por dia e, para apoiar todos os casos, está em busca de novas voluntárias em todos os estados do país.
Isa.bot
No início da pandemia, a Think Olga, ONG criada em 2013 para gerar impacto positivo na vida das mulheres por meio de soluções inovadoras, desenvolveu o Isa.bot, um robô que oferece orientações gratuitas sobre o que fazer em casos de violência doméstica ou online.
A ferramenta pode ser acessada pelo inbox do Facebook ou pelo assistente de voz do Google e apresenta conteúdos para ajudar a vítima a se proteger e sobre como construir um mundo mais seguro para todas as mulheres. São oferecidas informações específicas para situações de compartilhamento não consensual de imagens íntimas, assédio e sextorção (chantagem sexual em troca da não exposição de fotos ou vídeos íntimos), entre outras.
Há, ainda, a opção “modo ativista”, direcionada a jornalistas, ativistas, militantes e lideranças comunitárias que são alvo constante de ataques por conta de suas atuações. Neste caso, as usuárias colocam uma palavra-chave secreta para acessar informações adicionais de proteção e acolhimento.
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