O LinkedIn apontou em seu levantamento global que a igualdade de gênero ainda não é uma realidade para a maioria dos empregos de rápido crescimento, com muitos deles mostrando uma grave sub-representação de mulheres. E alerta que os problemas de paridade de gênero vão piorar se não houver alguma ação efetiva.
O estudo também mostrou uma queda significativa de mulheres sendo contratadas para cargos de liderança desde a pandemia, levando ao regresso de um a dois anos em vários setores. Além disso, foi comprovado que, em média, pessoas do sexo feminino em todo o mundo se candidataram a 11% menos empregos no ano passado em comparação com os homens. De acordo com elas, a falta de conexões certas (networking) para serem notadas pelos times de recrutamento é o maior obstáculo no processo de conseguir uma nova oportunidade. Aparecem ainda fatores como falta de experiência e habilidades, além de competitividade do mercado.
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Por outro lado, quatro áreas progrediram e expandiram a proporção de mulheres contratadas para cargos de gestão sênior. Entre elas estão: software e serviços de TI, serviços financeiros, saúde e manufatura. No entanto, outras indústrias tiveram declínios notáveis, como recreação e viagens, varejo, educação e serviços profissionais.
CENÁRIO BRASILEIRO
No ritmo atual, a previsão publicada em março pelo Relatório Global de Gênero do Fórum Econômico Mundial é de que o problema da disparidade de gênero só será resolvido em uma média de quase 69 anos na região da América Latina e do Caribe. O Brasil se encontra na 93ª posição deste ranking que considera 156 países. Hoje, 61,9% das mulheres e 80,1% dos homens compõem a força de trabalho, sendo que elas representam 39,4% dos cargos de gestão no país.
Algumas áreas estão mais avançadas do que outras. Ainda há poucas mulheres na política, por exemplo. Elas representam 15,2% do total de parlamentares e apenas 10,5% dos ministros do Brasil. Por outro lado, na área de saúde, a paridade de gênero foi alcançada em quase todos os níveis de ensino (98%).
COMO MUDAR ESSA REALIDADE
Para promover a mudança, o LinkedIn sugere iniciativas como a implementação de políticas para permitir maior flexibilidade no trabalho, que possa garantir que as mulheres não tenham que escolher entre a família e a carreira. Dados da rede social revelam que pessoas do sexo feminino têm 26% mais chances de se candidatar a empregos remotos do que os homens.
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Outro ponto importante é o cuidado com a linguagem dos anúncios de emprego e da marca empregadora, desde descrições de cargos até a cultura da empresa, pois influenciam sua capacidade de atrair uma força de trabalho equilibrada por gênero. Segundo o LinkedIn, 44% das mulheres se sentiriam desencorajadas a se candidatar a uma função se a palavra “agressiva” fosse incluída no anúncio. Para incentivá-las mais a aplicarem para os cargos, as empresas devem estar cientes da linguagem masculina codificada e, em vez disso, usar uma linguagem aberta e inclusiva, como ‘de apoio’ e ‘colaborativa’.
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