Acaba de ser lançado no Brasil o Pacto de Promoção da Equidade Racial, iniciativa que tem o objetivo de implementar um novo Protocolo ESG Racial no país. A proposta é incentivar ações afirmativas e a realização de investimentos sociais voltados à melhoria da qualidade da educação pública e à formação de profissionais negros, colocando a questão racial no centro do debate econômico e atraindo a atenção de grandes empresas e agentes da sociedade civil.
Coordenado pela Associação de Promoção da Equidade Racial, o pacto convida companhias a trabalharem seus ambientes internos e, consequentemente, a contribuírem para a transformação da sociedade como um todo, investindo na promoção da equidade racial entre os colaboradores e atuando positivamente nas comunidades onde estão inseridas. “Após séculos de escravidão e falta de oportunidades sociais e econômicas para a população negra, a sociedade civil e as empresas brasileiras podem, e devem, atacar as consequências negativas desse problema histórico”, diz Gilberto Costa, diretor executivo da entidade.
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O pacto impulsionará a adesão voluntária e gratuita de empresas interessadas em atender às demandas sociais por maior equidade racial, consciência e transparência. Para analisar o impacto, a iniciativa incluirá mecanismos próprios de mensuração do equilíbrio racial, como o IEER (Índice ESG de Equidade Racial), além da verificação dos resultados e certificação por organizações independentes.
Os participantes assinarão um termo de parceria, manifestando interesse em adotar o novo Protocolo ESG e, com o apoio de uma companhia certificadora, calcularão o seu respectivo IEER. O índice foi construído para medir o desequilíbrio racial nas organizações em termos de renda destinada a profissionais negros, comparado ao percentual de negros na população economicamente ativa na regiões onde a empresa atua. O resultado pode melhorar conforme a companhia adote ações afirmativas e se comprometa a realizar investimentos para promover a equidade racial.
“A adoção do IEER não só joga um holofote sobre o problema, expondo o tamanho do abismo racial, como também constrói soluções, estimulando ações afirmativas e investimento social na temática racial. O objetivo é resolver em definitivo um problema histórico fundamental até então pouco combatido no mundo corporativo”, diz Fábio Alperowitch, presidente da FAMA Investimentos e membro do Grupo de Construção do Pacto.
A alocação dos investimentos sociais dará preferência a intervenções que apoiem a formação integral de mão de obra negra e sua inserção no mercado de trabalho. O protocolo define os ranges quanto à destinação dos recursos por área, cabendo à gestão das empresas definir onde e como eles serão aplicados.
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