Tudo indica que adotar estratégias de proteção ao meio ambiente nos negócios é o caminho para empresas se manterem relevantes no futuro. Um estudo da plataforma de pesquisa de mercado Opinion Box mostrou que 82% dos brasileiros consideram a sustentabilidade um tema importante para o cotidiano – e 37% deles já deixaram de consumir produtos de empresas que não seguem estes princípios. Em outro levantamento, feito pela Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), 55% dos entrevistados afirmaram que passarão a valorizar mais marcas e produtos que sejam realmente sustentáveis.
O setor da moda é um dos que mais precisa ser revisto: isso porque menos de 1% dos produtos são reciclados em novas roupas e 25% do total nem é vendido, enquanto a produção cresce 2,7% ao ano, segundo estudo de 2021 do Business of Fashion. Uma das maneiras de abordar o problema é por meio do upcycling, a ideia de reaproveitamento que prega que materiais que convencionalmente seriam descartados recebam novos propósitos.
Nesse sentido, uma iniciativa da marca de vestuário pessoal Lycra (mais conhecida por ter inventado o fio de elastano que conhecemos pelo mesmo nome) está usando restos de produção para criar seu mais novo – e mais sustentável – fio, o Ecomade. Feito 100% de resíduos têxteis, a novidade envolve um processo tecnológico complexo. “É um sistema único de despolimerização e refino que é usado para converter as sobras têxteis em fibras com propriedades comparáveis ao poliéster virgem”, explica Adriana Morasco, vice-presidente na América do Sul da companhia.
Segundo a executiva, ficou evidente durante a retomada da economia que os consumidores estão mais conscientes. “A pandemia acelerou um processo que já vinha acontecendo. O lançamento do Ecomade, o primeiro fabricado com 20% de material reciclado pré-consumo, foi um sucesso global e já está disponível ao consumidor brasileiro.”
Para contribuir com a moda circular, a Lycra também tem investido cada vez mais em qualidade, de forma a garantir peças que durem por mais tempo. “Ao comprar roupas mais duráveis e usá-las por mais tempo, podemos reduzir significativamente o impacto ambiental”, diz a diretora de sustentabilidade da empresa, Jean Hegedus. Para embasar a afirmação, ela cita o estudo World Resources Action Programme, que aponta que estender a vida útil das roupas por apenas nove meses já ajuda a reduzir a emissão de carbono, o uso de água e a geração de resíduos em até 10%.
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